A autora retoma a sua trajetória, o que aprendeu ao longo de mais de trinta anos, interessando-se pelas formas como seus contemporâneos leem (ou não leem). Com as reflexões de Michel de Certeau como referência teórica, ela lembra como se colocou ao lado dos leitores, esforçando-se para prestar atenção às suas formas de apropriação e representação de um livro, um texto escrito ou uma biblioteca. Narra como aprofundou a análise da importância da literatura desde a infância, construindo um espaço (...) para se descobrir e simbolizar sua experiência. Em seguida, ela conta como se interessou por experiências literárias compartilhadas que reuniam pessoas que tinham vivido muito distantes da cultura escrita: lugares de "educação informal", oficinas em que a leitura de obras literárias e a arte desempenhavam um papel fundamental, concebidos para vítimas de catástrofes, populações deslocadas, jovens desvinculados de grupos guerrilheiros ou paramilitares, dependentes químicos nas ruas, crianças vítimas de violência doméstica, mulheres com bebês em situação de extrema pobreza... Essas experiências são conduzidas por educadores que tentam fazer algo fora do contexto acadêmico tradicional, ou bibliotecários, promotores de leitura, às vezes psicólogos, artistas, narradores, etc. A autora analisa sua arte de fazer, considerando crianças, adolescentes (e também adultos) em sua dimensão sensível, psíquica, física e não apenas cognitiva. Por fim, ela relembra como refletiu sobre a transmissão cultural, debilitada em muitas famílias: quando a luta pela sobrevivência ou o trabalho ocupa o tempo cotidiano, as crianças perdem uma etapa importante para integrar os diferentes registros da língua. Essa etapa é aquela em que, desde muito cedo, alguém é iniciado no uso das palavras tão vital quanto "inútil", gratuito, muito próximo da vida, das sensações, das emoções, do prazer compartilhado; muito longe do controle e da qualificação. Tudo o que ela estudou a convenceu da importância da literatura, oral e escrita, que atende a uma necessidade antropológica. (shrink)

A escola é um espaço importantíssimo para o desenvolvimento de trabalhos e ações que envolvem a gestão de resíduos sólidos, tema cada vez mais discutido em trabalhos e eventos científicos. Com o objetivo de sensibilizar educandos para o problema, um grupo de bolsistas do Pibid Interdisciplinar – Educação ambiental realizou um experimento em que ações socioambientais foram propostas e desenvolvidas junto com educandos de uma escola parceira. As experiências vivenciadas no cotidiano escolar dos dois grupos tiveram como técnicas de coleta (...) de dados necessários à elaboração coletiva das ações, observações e oficinas teórico-práticas, em quatro encontros, nos quais o tema foi abordado teoricamente, através de exibição de documentários e realização de algumas dinâmicas. A ação resultante foi um trabalho de reciclagem com o reaproveitamento de materiais que seriam descartados, ao longo do qual ocorreram discussões que consistiam em uma problematização que, a partir da realidade dos alunos, tentava contribuir para que eles percebessem problemas ambientais presentes em seu dia a dia, convidando-os a refletir sobre os seus hábitos de consumo, a forma de descarte dos resíduos provenientes do seu ato de consumir e os prejuízos por eles causado na natureza. (shrink)

Il libro di C., che costituisce il quinto volume della nuova promettente collana diretta da E.V. Maltese, nella quale sono già apparsi importanti contributi ed altri sono annunciati, comprende l'edizione critica e il commento di una parte delle poesie anacreontiche giunte sino a noi nella ben nota raccolta tramandata, mutila, come dimostra l'indice antico dei ff. 1-7, dal codice Barb. gr. 310, e più precisamente i componimenti classicheggianti sopravvissuti nella prima parte del manoscritto, con l'esclusione delle anacreontiche di Sofronio di (...) Gerusalemme, tutte già ripubblicate in edizione critica nel 1957, e dell'anacreontica di Michele Sincello, riedita in anni recenti. Anche i poemetti dei cinque autori scelti da C. — Elia Sincello, Ignazio Diacono, Leone Magistro, Giovanni di Gaza e Giorgio Grammatico — sono stati, per la verità, già pubblicati (e taluni tradotti in italiano) una o più volte, e forse, almeno da un punto di vista utilitaristico, sarebbe valsa la pena di ripubblicare tutta la sezione di anacreontiche classicheggianti della Silloge. Tanto più che questa nuova edizione ha soprattutto il merito di consentire al lettore italiano, anche non bizantinista, una uniforme consultazione di testi complessi ed eterogenei, degli apparati, della traduzione a fronte, accompagnata da note di commento; sebbene l'indice generale del volume, poco dettagliato, e non preceduto da un indice dei nomi, non aiuti il lettore nell'individuazione immediata dei testi e degli argomenti. (shrink)

Diderot escreve, na Enciclopédia, um longo verbete, “Tear de meias”, no qual compara o tear a um raciocínio cuja conclusão seria o têxtil. Ele retoma esta comparação na Refutação de Helvétius: ali, é o próprio Leibniz que se torna uma máquina de reflexão, similar ao “tear de meias”. A opção materialista do homem máquina retoma uma tradição que assimila o texto ao tecido. Encontramos a mesma imagem no Fausto de Goethe, que é citado por Freud em A interpretação dos (...) sonhos, e na novela de Henry James O motivo no tapete. A invenção é sempre cruzamento, tecelagem e mestiçagem, numa interação entre criação técnica e representação da atividade intelectual. O sistema de programação dos teares foi posteriormente adaptado às primeiras máquinas analíticas, ancestrais de nossos computadores atuais. A Enciclopédia teorizou esta interação, reabilitando os teares e concebendo o pensamento como um trabalho. (shrink)

Enciclopédia não está entre os termos mais conhecidos de Michel Foucault. Todavia, ao olhar com atenção para algumas ocorrências desse termo ao longo de sua carreira, com uma especial ênfase aos anos de 1960 e 1970, algo se revela ao leitor atento. O intuito desse texto é discernir esse termo no vocabulário foucaultiano, mostrando sua dupla face. Se por um lado, Foucault se refere tecnicamente à Enciclopédia editada por Denis Diderot e Jean D’Alembert; por outro, ele recorre ao termo (...) sugerindo outra prática que não simplesmente elabora um memorial de nossos saberes, mas ultrapassa essa fronteira na direção do que ele chamará de heterotópico. No primeiro momento, o caráter crítico da abordagem levará a considerações sobre os limites do projeto enciclopédico, e as consequências práticas das políticas de memória e esquecimento que ele implica. Num segundo momento, a partir de fontes importantes como Nietzsche, Freud e Marx, compreenderemos as possibilidades de uma nova dobra na história das técnicas de interpretar, em busca de uma ressignificação foucaultiana das enciclopédias. (shrink)

A partir da segunda metade do século XX, as políticas econômicas disseminaram um conjunto de dispositivos sutis, no sentido de seu exercício, ao mesmo tempo em que mais plurais, em relação à sua extensão. Um dos principais deslocamentos epistemológicos produzidos pelo discurso neoliberal diz respeito à inserção da subjetividade humana como elemento central da racionalidade econômica. A inclusão da subjetividade na lógica dos cálculos econômicos possibilitou construir a figura do homo oeconomicus como referente antropológico do novo discurso neoliberal. Um dos (...) principais autores nessa jornada é Ludwig von Mises. A teoria misiana é profundamente filosófica: dela é possível coletar toda a estrutura da teoria neoliberal e de seu contraste bifocal entre a ação econômica do mercado e a teoria política do Estado, e nela o homo oeconomicus ocupa um lugar central. A genealogia de Michel Foucault sobre o escopo da governamentalidade neoliberal trouxe um olhar crítico diferente sobre os princípios constitutivos deste discurso. A par da teoria de Mises, a leitura de Foucault nos é precisa, na medida em que nos permite contrastar a razão de governo, constituída ao longo dos modelos de pensamento, com aquela ótica empresarial do homo oeconomicus como um suposto sujeito soberano. O intuito deste ensaio é provocar um cruzamento crítico entre o pensamento de Mises e de Foucault, concentrado principalmente no estudo das contradições que surgem no seio do discurso neoliberal da figura do homo oeconomicus como sujeito soberano, com as práticas de governamentalização desse mesmo homo oeconomicus. O ensaio é constituído de três momentos: primeiramente, nosso objetivo é compreender a teoria do mercado de von Mises, com o intuito de alinhavar alguns conceitos importantes, em especial o conceito de soberania do homo oeconomicus; em seguida, temos como pretensão analisar a teoria de Foucault sobre a governamentalidade neoliberal, acenando em direção ao modo pelo qual a teoria de Mises projeta-se como uma razão econômica de governo; em um terceiro ponto, desenvolvemos algumas implicações derivadas dos cruzamentos das teses sobre a soberania do homo oeconomicus, de Mises, com as análises sobre a governamentalidade desse homo oeconomicus desenvolvidas pelos estudos de Foucault. (shrink)

A questão relacionada ao método, na obra de Michel Foucault, é uma problemática na qual alguns pesquisadores têm se debruçado, tendo em vista a diversidade dos caminhos de pesquisa trilhados ao longo de sua produção intelectual. Nesse sentido, o presente estudo, através de uma discussão teórica, pretende colocar em pauta o conceito de anarqueologia, desenvolvido pelo filósofo francês no curso Do governo dos vivos, de 1980. A hipótese que se pretende desdobrar é a de que o conceito em voga (...) se inscreve em um percurso teórico-metodológico particular, abarcando um encadeamento dos três domínios ou eixos (ser-saber, ser-poder, ser-consigo) da obra de Foucault, viabilizando assim certa reformulação da interpretação foucaultiana acerca do sujeito. (shrink)

O presente trabalho propõe analisar, a obra base “A História da Loucura na Idade Clássica” do filósofo Michel Foucault, observando a maneira em que a loucura foi conceituada e tratada ao longo do período Clássico para compreender - por meio de uma dimensão histórica e filosófica - as formas em que se constituíram as relações de poder e silen- ciamento da loucura além da atualidade de sua problematização na sociedade contemporânea.

Nesse artigo, empreenderemos uma reflexão sobre a analítica do poder em Michel Foucault. Nossa intenção é percorrer a produção foucaultiana a partir de meados dos anos setenta até início dos anos oitenta, buscando compreender os deslocamentos ou “reviravoltas” pelos quais o conceito de poder sofreu ao longo do tempo. Procuraremos mostrar que é possível identificar três momentos na pesquisa de Foucault. Em primeiro lugar, ao tentar se afastar da tradicional compreensão jurídica-discursiva do poder, ele introduz uma análise inédita a (...) respeito da dinâmica do poder disciplinar e dos micropoderes que compõem o campo social. Pode-se considerar esse um deslocamento, de modo geral, em relação à tradição política ocidental. Com o curso Em defesa da sociedade encontramo-nos diante de uma modificação na compreensão do poder, ao identificá-lo como guerra ou luta. Por fim, com a introdução dos conceitos de biopoder/biopolítica, Foucault é levado a uma grande expansão de suas pesquisas, tematizando conceitos que não faziam parte de seu interesse até então, como, por exemplo, o conceito de Estado. É nesse contexto que o conceito de governo fará sua entrada nas reflexões de Foucault. Entendemos que o conceito de governo se configura como um refinamento e, igualmente, deixa mais ampla e complexa sua análise do poder a fim de dar conta do presente político. (shrink)

O respectivo artigo tem por objetivo expor e confrontar as análises realizadas por Walter Benjamin e Michel Foucault a respeito de Baudelaire e suas reflexões sobre a Modernidade. Trata-se de evidenciar o modo como cada teórico apropriou-se do pensamento de Baudelaire, tendo em vista a problemática a eles comum da crítica à Modernidade. Ao longo deste escrito, o pensamento de Benjamin e Foucault foi apresentado separadamente, para que ao final aproximações e distinções pudessem ser estabelecidas. Com isto, visa-se lançar (...) luz sobre aspectos específicos de suas obras, delimitando e esclarecendo argumentativamente seus conceitos. Como metodologia utilizou-se a análise de textos dos referidos autores e seus comentadores. (shrink)

Este artigo propõe retornar à interpretação histórica de Michel Villey acerca do direito que ele desenvolveu ao longo de sua carreira como filósofo e historiador do direito. Em primeiro lugar, será questão de reconstruir as linhas gerais de sua crítica à noção de direitos humanos e de mostrar como, segundo o filósofo francês, essa crítica deve ser entendida por relação ao nascimento da noção de direito subjetivo no final da Idade Média e no início do período moderno. Na segunda (...) parte, será questão de apresentar as principais críticas dos historiadores do direito e da filosofia à tese de Villey, em particular as de Brian Tierney. Além da crítica histórica, também será questão de se perguntar pela correção conceitual de sua tese. O artigo tentará mostrar que a tese de Villey esta baseada em um equívoco sobre a relação entre direito e política. Palavras-chave: Moralidade. Interpretação Histórica. Filosofia do Direito. (shrink)

Os costumes – coustumes – têm um papel central em Os Ensaios de Michel de Montaigne. Não só porque deles o ensaísta extrai os mais variados exemplos – leçons – utilizados em seus textos, mas sobretudo porque Montaigne entende que as regras morais, as leis, a ordem civil e toda convenção social estão ancoradas na sedimentação dos hábitos ao longo dos anos. O que, a princípio, parece trivial, é, na verdade, uma guinada em relação à tradição filosófico-política, na medida (...) em que Montaigne desloca a fundamentação do político, da moral e das leis da própria natureza – como concebiam os filósofos da antiguidade – e de Deus – como concebiam os filósofos cristãos –, para o terreno dos costumes, terreno este eminentemente humano. Este artigo detém-se num capítulo – De la Coustume et de ne Changer Aisément une Loy Receue – dos Ensaios para demonstrar como Montaigne opera esse deslocamento das leis e do político do fundamento natural para os costumes – mos maiorum. (shrink)

Michel Serres said that history is the propagation of effects, saying in his conversations with Bruno Latour, “we experience time as much in our inner senses as externally in nature, as much as le temps of history as le temps of weather,” characterized more by turbulence than by Euclidean geometry. Setting out from Serres’ nautical meditation on noise, guided by Giuseppe Longo’s and interlocutors’ characterization of the random as a function of theory and measure, one can distinguish the random (...) from the non-schematizable noisy. How do we think given the noisy dynamics of the world? Bernard Stiegler’s epiphylogenetic technologies and Gilbert Simondon’s transindividuating technics prepares considering thought as collective as well as individual activity. After sallies into algorithmic technology to establish its limits, we consider how epiphylogenetic thought develops in the presence of indeterminacy. We return to noise not as a simple veil between the discernible and indiscernible, but as a constitutive aspect of the complexification and enrichment of developmental ontologies, an enrichment co-articulated by epiphylogenetic imagination and technics. (shrink)

At the heart of Youth Justice Conferencing, a form of restorative justice aimed at addressing youth crime, is the notion that young persons who have committed an offence should be ‘reintegrated’ into their communities (Braithwaite in Crime, shame and reintegration. Cambridge University Press, Cambridge, 1989). This paper focuses on the role of parents as support persons, in particular the ‘crying mum’, an identity often leveraged by the Convenor when prompting the young person to express remorse to the circle. We explore (...) an Avouchment genre that we have observed whereby support persons vouch for the character of the young person. Our analysis considers the ways in which values are composed (as ideational categories are coupled with evaluative interpersonal ones) and unfold in discourse as invitations for participants to align. In Knight’s (2010) terms, when shared, couplings of ideation and evaluation engender bonds through which participants may commune. (shrink)

Dispositivos da Formação Teórica Queer: contribuições de Michel Foucault e Jacques Derrida Resumo: O presente artigo busca discutir as contribuições de Michel Foucault e Jacques Derrida para a formulação da teoria queer, apresentando algumas de suas propostas teóricas que passeiam e incorporam movimentos políticos e acadêmicos, bem como corpos em constante construção de si, incorporados por enunciados de gênero, suas oposições, mas também por suas Diferanças. Para isso, apresentamos inicialmente os itinerários históricos dos movimentos políticos queer, ou seja, uma pragmática (...) que se dará ao longo da sua construção, base para o pensamento teórico. A seguir, apresentamos o pensamento desses autores como pressupostos para a potencialização, tanto dessa pragmática, como de dispositivos que compõem a analítica das normalizações dos gêneros e para além deles, constitutivas da Teoria Queer. Palavras-chave: Gênero; Teoria Queer; Michel Foucault; Jacques Derrida. Devices of Queer Theoretical Formation: contributions from Michel Foucault and Jacques Derrida Abstract: This article aims to discuss the contributions of Michel Foucault and Jacques Derrida to the formulation of queer theory, presenting some of their theoretical proposals that walk and incorporate political and academic movements, as well as bodies in constant construction of themselves, incorporated by statements of gender, its oppositions, but also for its Differances. For this, we initially present the historical itineraries of queer political movements, that is, a pragmatics that will take place throughout their construction, the basis for theoretical thinking. In sequence, we present the thought of these authors as presuppositions for the potentializing of both this pragmatics and devices that make up the analysis of the normalizations of genres and beyond them, which are constitutive of the Queer Theory. Keywords: Gender; Queer Theory; Michel Foucault; Jacques Derrida. Dispositivos de Formación Teórica Queer: aportes de Michel Foucault y Jacques Derrida Resumen: Este artículo busca discutir los aportes de Michel Foucault y Jacques Derrida a la formulación de la teoría queer, presentando algunas de sus propuestas teóricas que caminan e incorporan movimientos políticos y académicos, así como cuerpos en constante construcción de sí mismos, incorporados por declaraciones de género, sus oposiciones, pero también por sus Diferancias. Para eso, presentamos inicialmente los itinerarios históricos de los movimientos políticos queer, o sea, una pragmática que se irá dando a lo largo de su construcción, base del pensamiento teórico. La continuación, presentamos el pensamiento de estos autores como presupuestos para la potencialización tanto de esta pragmática como de los dispositivos que componen el análisis de las normalizaciones de géneros y más allá de ellos, que son constitutivos de la Teoría Queer. Palabras clave: Género; Teoría Queer; Michel Foucault; Jacques Derrida. Data de registro: 16/09/2021 Data de aceite: 19/01/2022. (shrink)

The article investigates the significance of the so-called phenomenon of apparent faultless disagreement for debates about the semantics of taste discourse. Two kinds of description of the phenomenon are proposed. The first ensures that faultless disagreement raises a distinctive philosophical challenge; yet, it is argued that Contextualist, Realist and Relativist semantic theories do not account for this description. The second, by contrast, makes the phenomenon irrelevant for the problem of what the right semantics of taste discourse should be. Lastly, the (...) following dilemma is assessed: either faultless disagreement provides strong evidence against semantic theories; or its significance should be considerably downplayed. (shrink)

The intriguing issue of pain and suffering in patients with disorders of consciousness (DOCs), particularly in Unresponsive Wakefulness Syndrome/Vegetative State (UWS/VS) and Minimally Conscious State (MCS), is assessed from a theoretical point of view, through an overview of recent neuroscientific literature, in order to sketch an ethical analysis. In conclusion, from a legal and ethical point of view, formal guidelines and a situationist ethics are proposed in order to best manage the critical scientific uncertainty about pain and suffering in DOCs (...) and ensure the best possible care for the patient. (shrink)

Norman Daniels argues that health is important for justice because it affects the distribution of opportunities. He claims that a just society should guarantee fair opportunities by promoting and restoring the “normal functioning” of its citizens, that is, their health. The scope of citizens' mutual obligations with respect to health is defined by a reasonable agreement that, according to Daniels, should be based on the distinction between normal functioning and pathology drawn by the biomedical sciences. This paper deals with the (...) question whether it is legitimate to ascribe the responsibility of defining this important moral boundary to the biomedical sciences, which Daniels regards as value neutral. Daniels appeals to Christopher Boorse's sophisticated bio-statistical theory (BST) to show the plausibility of a value-neutral distinction between normal functioning and pathology. Here I argue that a careful analysis of the concept of normal functioning, such as the one offered by the recent critique by Elselijn Kingma, shows that it depends from evaluative assumptions. This, I argue, implies that Daniels's theory must give up its naturalistic commitments. In the conclusion, the paper offers a detailed discussion and an objection to one of Daniels's arguments in favor of a moderate form of normativism that remains too close to Boorse's naturalism. (shrink)

Tradition has it that first-person thought is somehow special. It is also commonplace to maintain that the first-person concept obeys a rule of reference to the effect that any token first-person thought is about the thinker of that thought. Following Annalisa Coliva and, more recently, Santiago Echeverri, I take the specialness claim to be the claim that thinking a first-person thought comes with a certain guarantee of its pattern of reference. Echeverri maintains that such a guarantee is explained by a (...) fairly flatfooted interpretation of the thinker-reflexive rule. I argue, however, that the explanatory aspirations of the thinker-reflexive rule are fulfilled only if we accept an epistemically loaded gloss on the notion of a thinker of a thought featuring the rule. That gloss is unpacked in terms of the subject’s ability to be acquainted with the phenomenal character of their thoughts. (shrink)

Essays on a wide range of areas and topics in Asian studies for scholars looking to incorporate Asia into their worldview and teaching. Contributors give contemporary presence to Asian studies through a variety of themes and topics in this multidisciplined and interdisciplinary volume. In an era of globalization, scholars trained in Western traditions increasingly see the need to add materials and perspectives that have been lacking in the past. Accessibly written and void of jargon, this work provides an adaptable entrée (...) to Asia for the integration of topics into courses in the humanities, social sciences, cultural studies, and global studies. Guiding principles, developed at the East-West Center, include noting uncommon differences, the interplay among Asian societies and traditions, the erosion of authenticity and cultural tradition as an Asian phenomenon as well as a Western one, and the possibilities Asian concepts offer for conceiving culture outside Asian contexts. The work ranges from South to Southeast to East Asia. Essays deal with art, aesthetics, popular culture, religion, geopolitical realities, geography, history, and contemporary times. “This volume truly lies at the intersection of scholarship and teaching. Each essay has the potential to help rethink approaches to scholarly issues, and there is a great deal of material for classroom discussion and examples. The book’s breadth—covering India, China, Korea, the Sea of Malay, Bhutan, and other locations—is impressive.” — Robert André LaFleur, Beloit College. (shrink)

This brief paper argue about a possible philosophical description of the implicate order starting from a simple theoretical experiment. Utilizing an EPR source and the human eyes of a "single" person, we try to investigate the philosophical and physical implications of quantum entanglement in terms of implicate order. We know, that most specialists still disagree on the exact number of photons required to trigger a neural response, although there will be many technical challenges, we assume that neural response will be (...) achieved in some way. The objective of paper is to investigate possible links between: quantum mechanics, quantum cognitive science, brain and mind. At the moment, the questions are more than the answers. We argue that we are perennially immersed in the implicate order and that the "real path" of quantum entanglement process is from the implicate order towards explicate order, not vice versa. Finally, we speculate about the common ground between the implicate order and chitta. (shrink)

Permissivism is the view that, sometimes, there is more than one doxastic attitude that is perfectly rationalised by the evidence. Impermissivism is the denial of Permissivism. Several philosophers, with the aim to defend either Impermissivism or Permissivism, have recently discussed the value of (im)permissive rationality. This paper focuses on one kind of value-conferring considerations, stemming from the so-called “truth-connection” enjoyed by rational doxastic attitudes. The paper vindicates the truth-connected value of permissive rationality by pursuing a novel strategy which rests on (...) two main planks: first, there is a distinction between a fine-grained and a coarse-grained type-individuation of belief-forming methods. Secondly, different kinds of decision-theoretic reasoning, i.e. expected-accuracy reasoning and accuracy-domination reasoning, must be paired with a fine-grained and a coarse-grained type-individuation of methods, respectively. I argue that while the first pair is wholly irrelevant to the question of the truth-connection, the second affords the means to a permissivist explanation of the truth-connected value of rationality. (shrink)

This paper illustrates the demand for recognition by peoples through an analysis of the partnerships between researchers and Inuit communities in Canada and Alaska. One of the great questions concerns work in the field, namely to identify the most appropriate forms of interaction between researcher and informant, to recognize the multiplicity of indigenous voices, to avoid inappropriate generalizations, and to approach generational disparity.

In this paper we argue that transparency of machine learning algorithms, just as explanation, can be defined at different levels of abstraction. We criticize recent attempts to identify the explanation of black box algorithms with making their decisions (post-hoc) interpretable, focusing our discussion on counterfactual explanations. These approaches to explanation simplify the real nature of the black boxes and risk misleading the public about the normative features of a model. We propose a new form of algorithmic transparency, that consists in (...) explaining algorithms as an intentional product, that serves a particular goal, or multiple goals (Daniel Dennet’s design stance) in a given domain of applicability, and that provides a measure of the extent to which such a goal is achieved, and evidence about the way that measure has been reached. We call such idea of algorithmic transparency “design publicity.” We argue that design publicity can be more easily linked with the justification of the use and of the design of the algorithm, and of each individual decision following from it. In comparison to post-hoc explanations of individual algorithmic decisions, design publicity meets a different demand (the demand for impersonal justification) of the explainee. Finally, we argue that when models that pursue justifiable goals (which may include fairness as avoidance of bias towards specific groups) to a justifiable degree are used consistently, the resulting decisions are all justified even if some of them are (unavoidably) based on incorrect predictions. For this argument, we rely on John Rawls’s idea of procedural justice applied to algorithms conceived as institutions. (shrink)

The pluralist sheds the more traditional ideas of truth and ontology. This is dangerous, because it threatens instability of the theory. To lend stability to his philosophy, the pluralist trades truth and ontology for rigour and other ‘fixtures’. Fixtures are the steady goal posts. They are the parts of a theory that stay fixed across a pair of theories, and allow us to make translations and comparisons. They can ultimately be moved, but we tend to keep them fixed temporarily. Apart (...) from considering rigour of proof as a fixture, I discuss fixed models, invariant notions and fixed information about objects across theories. There are other fixtures, but it is enough to start with these. (shrink)

The paper proposes an account of the rational response to higher‐order evidence whose key claim is that whenever we acquire such evidence we ought to engage in the inquiring activity of double‐checking. Combined with a principle that establishes a connection between rational inquiry and rational belief retention, the account offers a novel explanation of the alleged impermissibility of retaining one's belief in the face of higher‐order evidence. It is argued that this explanation is superior to the main competitor view which (...) appeals to the notion of defeat. (shrink)

While it seems hard to deny the epistemic significance of a disagreement with our acknowledged epistemic peers, there are certain disagreements, such as philosophical disagreements, which appear to be permissibly sustainable. These two claims, each independently plausible, are jointly puzzling. This paper argues for a solution to this puzzle. The main tenets of the solution are two. First, the peers ought to engage in a deliberative activity of discovering more about their epistemic position vis-à-vis the issue at stake. Secondly, the (...) peers are permitted to do so while entertaining a sui generis doxastic attitude of hypothesis. (shrink)

The Body–Object Interaction (BOI) variable measures how easily a human body can physically interact with a word's referent (Siakaluk, Pexman, Aguilera, Owen, & Sears, ). A facilitory BOI effect has been observed with adults in language tasks, with faster and more accurate responses for high BOI words (e.g., mask) than for low BOI words (e.g., ship; Wellsby, Siakaluk, Owen, & Pexman, ). We examined the development of this effect in children. Fifty children (aged 6–9 years) and a group of 21 (...) adults completed a word naming task with high and low BOI words. Younger children (aged 6–7 years) did not show a BOI effect, but older children (aged 8–9 years) showed a significant facilitory BOI effect, as did adults. Magnitude of children's BOI effect was related to age as well as reading skills. These results suggest that bodily experience (as measured by the BOI variable) begins to influence visual word recognition behavior by about 8 years of age. (shrink)

We argue that in extensive decision problems (extensive games with a single player) with imperfect recall care must be taken in interpreting information sets and strategies. Alternative interpretations allow for different kinds of analysis. We address the following issues: 1. randomization at information sets; 2. consistent beliefs; 3. time consistency of optimal plans; 4. the multiselves approach to decision making. We illustrate our discussion through an example that we call the ‘‘paradox of the absentminded driver.’’ Journal of Economic Literature Classification (...) Numbers: C7, D0. 1997 Academic Press. (shrink)