O presente artigo busca oferecer elementos suficientes para localizar a filósofa e poetisa Christine de Pizan no contexto intelectual do humanismo francês no início do XV. Esse objetivo responde a uma dificuldade que acompanha o estudo da atividade filosófica do período medieval em meio laico. Enquanto mulher, Pizan é necessariamente laica, e sua produção literária se deu fora dos limites normalmente delineados como objeto de estudo dos historiadores da filosofia medieval, qual seja, a produção tipicamente escolástica.

O presente artigo é marcado pela preocupação em alargar o chamado cânone da filosofia ocidental, patrocinada pela tradição filosófica e sua narrativa triunfalista, levada a cabo pela história da filosofia de ontem e de hoje, com sua disposição de celebrar a Filosofia mainstream e as grandes mentes masculinas, como Kant e Descartes. Trata-se de alargar o cânone filosófico e de relançar o projeto das humanidades, em defesa de uma “história da filosofia aberta e feminista”, tendo ao (...) centro Elisabeth da Bohemia, Emilie du Châtelet, Madame de Scudéry e Madeleine de Sablé, além de Macaulay e Christine de Pizan. (shrink)

Este livro apresenta-se como o resultado da contribuição de professores e pesquisadores de diversos campos da filosofia e de diferentes universidades brasileiras durante a ocasião do I Encontro "Vozes femininas na Filosofia", ocorrido em junho de 2017, na UFRGS, em Porto Alegre, RS. Nossa motivação parte da constatação que a área de filosofia nas universidades brasileiras sofre uma evidente crise de representatividade: tanto nos cursos de graduação como nos programas de pós-graduação em filosofia, nos quais menos (...) de 30% são mulheres, entre docentes e discentes. Procura-se, por meio dos textos organizados neste volume, entender a produção e a contribuição de filósofas cujas presenças se mostram diminuídas – senão totalmente esquecidas – na história de filosofia e na atualidade. (shrink)

A inquietação que caracteriza essa investigação é a suspeita de que o período do Renascimento, conhecido pelo florescimento da ciência, da arte e da cultura, pelos pensadores humanistas e por uma filosofia voltada ao tema da liberdade política, tenha se aberto pouco, ou quase nada, às mulheres. Na filosofia, se nos dirigimos ao debate político do período nos deparamos com um discurso que toma a ideia de igualdade como pressuposto para se pensar a liberdade política. De fato, (...) as questões em torno do tema do republicanismo versavam, em grande medida, sobre a maior ou menor participação popular. No entanto, esses âmbitos de debate não parecem passar pelo tema da inclusão das mulheres em nenhum âmbito do espaço público. As demandas femininas sequer podiam ser postas nos mesmos termos do debate característico do período. Assumindo como referencial teórico a historiadora do Renascimento Margaret king, pretende-se vislumbrar as questões próprias do período pela perspectiva das mulheres. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho é investigar em que medida o período que reconhecemos na filosofia como Renascimento viabilizou (ou não) a inclusão de mulheres no espaço público e no debate filosófico. Procuraremos investigar essas questões a partir dos questionamentos filosóficos feitos por Christine de Pizan (1364-1430) em sua obra ‘A Cidade das Damas’, principalmente a partir da denúncia de uma voz unívoca contra as mulheres, perpassando o período do Renascimento até chegarmos aos escritos de Arcangela Tarabotti (1604-1652), e seu tratado intitulado ‘Tirania Paterna’. (shrink)

Trata-se de uma tradução parcial da primeira parte do Livre de la mutacion de Fortune (1403) de Christine de Pizan, feito a partir do francês médio para o português.

O presente estudo investiga a seguinte questão: a natureza definida por Aristóteles na _Física _e no _De caelo_ como princípio intrínseco e causa de movimento, especialmente da locomoção, de fato, é o princípio e a causa da locomoção cósmica, para Alberto Magno, Boaventura de Bagnoregio e Christine de Pizan? A hipótese estabelecida aqui sustenta uma resposta negativa. Para tanto, primeiro contextualizarei brevemente o surgimento da cosmologia universitária parisiense, o que é feito mediante a articulação entre as noções de _machina (...) mundi_ e _impetus_ realizada por João de Sacrobosco. Com efeito, ao explicar a perene locomoção da máquina cósmica, Sacrobosco silencia no que toca à natureza do _impetus_. Alberto, Boaventura e Christine, por sua vez, entendem que a causalidade da natureza está limitada às esferas e às classes naturais determinadas, ou seja, no domínio do todo, do cosmo, a _causa motus_ se reduz à _causa essendi_, o _creator_, que é a divindade, razão pela qual o _impetus_ que locomove a máquina cósmica não parece ser natural. Assim sendo, a questão que surge na cosmologia ou física se estende para a metafísica e para a teologia natural, tonando a discussão complexa o suficiente para despertar interesse filosófico. (shrink)

Os movimentos feministas negros impelem à busca de mudanças e de liberação e de superação do sexismo, racismo e classismo presentes em distintos campos da sociedade, inclusive no campo filosófico. Nesses termos, olhares críticos são lançados à filosofia e questionamentos surgem: A filosofia tal como apreendida em sua história reserva algum lugar para o não-homem, para o não-branco? A filosofia reserva algum lugar para as mulheres negras? Quando direcionamos o nosso olhar para a filosofia e (...) para o feminismos negros brasileiros, qual é a situação? A partir dessas e de outras questões, chegamos a uma das principais filósofas e feministas negras brasileiras: Lélia Gonzalez. Seu trabalho possui profunda riqueza filosófica e conceitual e desenvolve uma análise refinada do cânone ao propor a subversão deste, com a criação de novos conceitos e linguagens que expressam experiências diversas às impostas pela filosofia tradicional. Ainda que seja filósofa de formação, Lélia é lida muito mais a partir de suas outras formações nas áreas de Antropologia, Geografia, História e Sociologia, por exemplo, do que como filósofa. Nesse contexto, o presente artigo tem, por um lado, o objetivo de situar Lélia Gonzalez como feminista negra brasileira e filósofa, apontando seus argumentos acerca dos lugares das mulheres negras brasileiras em movimentos feministas e negros e seus argumentos filosóficos contra a opressão cultural e linguística. Por outro lado, visa problematizar a invisibilidade e o silenciamento de Lélia Gonzalez no contexto filosófico. (shrink)

O par Fortuna-Virtù é discutido nas diversas análises críticas do pensamento de Machiavelli e, embora tais termos possuam origens e tradições bem determinadas ao longo do pensamento latino, principalmente específicas considerações antigas e medievais em algumas recepções durante o humanismo cívico, suas características elusivas ao longo das argumentações de Machiavelli são mantidas, possibilitando inúmeros debates acadêmicos. Diante da ambivalência e da ambiguidade da ideia de Virtù perante relevantes e variadas tradições, contínuas buscas por clarificação são feitas ao longo do corpus (...) do secretário florentino, associando o termo a outras importantes e centrais reflexões, e.g., desiderio, stato, forza. A instabilidade política, as forças além do controle humano, a imponderabilidade das ações civis são temas recorrentes nas concepções sobre a Fortuna em variadas argumentações desse autor. Em aberto diálogo com os humanistas cívicos que enfatizam maior participação política e social, mesclando embasamento racional, consideração moral e as discussões sobre as formas dos regimes políticos, esse escritor apresenta uma concepção historiográfica, a revigorar tradições do mundo antigo, na criação de uma ordem civil mediante a Virtù, a qual demanda comprometimento pessoal e público na exaltação das potencialidades e dos limites humanos. Reinserir a relevância da paridade entre Fortuna e Virtù em Machiavelli é um passo relevante no combate a leituras anacrônicas. Assim, analisar-se-ão os exemplos mais significativos dos fundadores e dos sustentadores da ordem civil destacados nos textos discursivos do florentino, e.g., Romulo, Numa, Moisés, Cesare Bórgia, Castruccio Castracani. Ao estudar as imagens da Fortuna, em face das concepções políticas e antropológicas do autor, discutir-se-á a centralidade da díade Virtù-Fortuna no desenvolvimento argumentativo de algumas ideias principais desse famoso pensador político. (shrink)

Los autores conversan sobre la distinta relación que tienen con la filosofía las lenguas española y francesa, encontrando la explicación de esa diferencia principalmente en los “espíritus” que nos separan, no obstante nuestra considerable cercanía lingüística. Mientras que la Reforma y la Contrarreforma exigieron de Francia un “humanismo del saber objetivo, del individuo y del progreso”, la cultura española dio de sí “un paradójico humanismo de la fe, de la expansión y de los juegos de la apariencia”. El “espíritu de (...) la filosofía” (Descartes, el ancestro de Hegel) se desarrolló en el norte de Europa, y en la Europa mediterránea floreció más bien “el espíritu de la ficción” (el Cervantes de Unamuno, de Ortega, de Borges y de Kundera). La inquietud de un mundo que bien podría no ser sino sueño, o incluso locura –de la que terminará por resurgir, al lado del cervantino y del calderoniano, el cogito cartesiano–, es sin embargo una inquietud española en primer lugar, y eso es algo que amerita ser estudiado, y sobre todo pensado. Una clave muy importante para dicho estudio es la constatación, subrayada por Nancy en respuesta al problema de la calificación de nuestra filosofía como “mera literatura”, de la “pérdida de confianza en las aventuras del sentido” que ha caracterizado a la Modernidad (o al Occidente en su versión nórdica, ese “espíritu de la filosofía alemana” que tras el efecto del nazismo se mudó a Francia y a Estados Unidos). Ahí donde Unamuno señalaba la necesidad, antes que de europeizar a España, de “españolizar a Europa”, Jean-Luc Nancy reconoce que Occidente necesita atreverse, una vez más, a abrirse a la aventura, y al riesgo del pensamiento. (shrink)

Este estudo tem como objetivo geral discorrer de forma sucinta e crítica sobre os principais desafios enfrentados pelas pessoas negras, em especial as mulheres, na sociedade brasileira. E como objetivos específicos, analisar, a partir da concepção do feminismo, as problemáticas que englobam o racismo, sexismo, democracia racial, estética do racismo e como estes também acabam servindo de base para o justificar o epistemicídio da intelectualidade negra feminina, no qual esses desafios são herdados de opressões do colonialismo imposto ao território (...) brasileiro. Com isso, dissertaremos também a respeito de diversas categorias dessas opressões, e como elas se relacionam ao cenário político cultural brasileiro e de que maneira essas opressões atingem, em específico, os corpos das mulheres negras, que sofrem um processo constante de epistemicídio e sexualização extrema. Por fim, este trabalho tem como apoio teórico o pensamento da filósofa Lélia Gonzalez, que percebe na criação de um espaço de beleza negra feminina, que suas vozes podem ser ouvidas e sua filosofia exaltada. Não obstante, o texto também contém como suporte teórico complementar análises de autoras como Bell Hooks, Djamila Ribeiro, Sueli Carneiro. (shrink)

In The Treasure of the City of Ladies, Christine de Pizan gives various categories of laywomen advice on how to love God (the teachings about loving God) and to lead their lives (the teachings of worldly prudence). This article explores the connection between the two kinds of teachings focusing on the relevance of manners for spirituality and morality. Worldly prudence is about manners, reputation, and self-discipline—that is, about how people should behave toward one another and present themselves to each (...) other. I argue that for de Pizan, manners are spiritually and morally relevant in two ways. On the one hand, they convey how individuals should practice the teachings about loving God in a way that agrees with these individuals’ status in their communities. On the other hand, by practicing the virtues with good manners, people can make surprising moral and spiritual gains and so deepen the teachings about loving God. (shrink)

As imagens produzidas e registradas aqui neste ensaio visual são resultado das reflexões sobre os processos históricos de políticas de apagamento dos discursos e das práticas artísticas das mulheres, bem como as ressonâncias e as patologias sociais resultantes dessas intercepções. Questiona, então, a reservada figura do feminino, o feminino abjeto, a objetificação das mulheres e a histeria.

O presente trabalho pretende investigar as veredas da estética da crueldade construídas no romance Venenos de Deus, remédios do Diabo, de Mia Couto, a partir da hibridização, desterriorização e dos percursos das identidades diaspóricas criadas e fragmentadas nos discursos existentes na Vila Cacimba, cenário que documenta a história de Bartolomeu Sozinho, sua esposa Dona Munda, o médico Sidónio Rosa e a mulher que este ama e busca reencontrar em Vila Cacimba, Deolinda. Nesse cenário é que os textos acerca da língua (...) enquanto colonização, da suposta epidemia enquanto multietnicidade, da diáspora, das miscigenações vistas com muita resistência, e certas inversões de significados tidos como maniqueísmos e tabus, como sugere o próprio título Venenos de Deus, remédios do Diabo, desvelam estéticas da crueldade nos cruzamentos de fronteiras e nas fronteiras que se cruzam em discursos identitários. (shrink)

Lo personal es político. Revisito la potente frase de Carol Hanish (1970) que sigue resonando en las luchas y discursos feministas desde que se hiciera pública a comienzos de 1970. Me permito reversionarla, con gran libertad, para marcar el pulso de este texto y contar, a partir de mi relación con la filosofía, cómo lo personal pasó a ser político en el interés por conocer las filósofas modernas e interpelar y rearmar el canon filosófico. Con ello, los y las (...) invito a reflexionar sobre la perspectiva de género en la historiografía filosófica, las formas de construcción del canon y sus repercusiones en la enseñanza de la filosofía. (shrink)

Ao longo da história, as mulheres foram colocadas à margem dos direitos sociais. Apesar disto, foram responsáveis por inúmeras contribuições nos saberes de modo geral. Como afirma Costa e Silva (2000, p. 8): “Não obstante o impacto visível de algumas modificações concretas, a maioria das pessoas, incluindo aí homens e mulheres, mesmo entre setores mais instruídos, continuam a pensar de acordo com esquemas patriarcais antigos”. A partir desta reflexão surge um questionamento: Por que, no ensino médio, se estudam (...) pouquíssimas mulheres filósofas e cientistas? O presente projeto objetiva fomentar a discussão acerca das contribuições de mulheres no âmbito da Filosofia e Ciência, construindo e fortalecendo a autonomia, a emancipação e o empoderamento feminino das alunas do ensino médio. O projeto foi executado na EEEP Guilherme Teles Gouveia em 2022. Estudantes e o professor de filosofia pesquisaram sobre mulheres que contribuíram para a humanidade. A partir das discussões e pesquisas foram elaborados questionários e um evento denominado “Simpósio: mulheres na Ciência e na Filosofia”, que levou alunos e alunas ao conhecimento sobre filósofas e cientistas de todas as épocas. Os resultados foram constatados através dos relatos do público e das participantes, no qual foram avaliados os impactos da ação para a comunidade escolar. (shrink)

An important part of making philosophy as a discipline gender equal is to ensure that female authors are not simply wiped out of the history of philosophy. This has implications for teaching as well as research. In this context, I reflect on my experience of teaching a text by medieval philosopher Christine de Pizan as part of an introductory history of philosophy course taught to Turkish students in law, political science, and international relations. I describe the challenges I encountered, (...) the ways in which I dealt with them, and draw some conclusions based on my observations and feedback obtained at the end of the course. (shrink)

Praise and blame are the two currents that wend their way through writings about women from antiquity to modern times. Is woman Eve or Mary, “virtue or venom”? This unresolvable question gave rise to a debate structure that governs many texts dealing with women. Indeed, as Monique Engel observed, this structure points to an ideological impasse, a fundamental contradiction within Christian doctrine on women and marriage. One late-fourteenth-century writer who inscribes himself into this structure is Jean le Fèvre de (...) Ressons, who translated the Lamentations by the misogynist Matheolus and wrote its counterpart, the Livre de Leesce which he designed as a refutation of Matheolus. The Livre de Leesce forms part of the tradition of the praise of women, represented in the fourteenth and fifteenth centuries by such texts as Chaucer's Legend of Good Women, Christine de Pizan's Epistre au dieu d'amours and Le livre de la cité des dames, and Martin le Franc's Champion des dames. (shrink)

O presente texto pretende refletir sobre a interculturalidade e sua necesidade histórica, através de dois autores centrais, Raúl Fornet-Betancourt e LéliaGonzalez. O conhecimento dos porvos indígenas e negros foi apagado e nem sequer reconhecido como conhecimento filosófico. Qusndo se reconhece a filosofia amerindia, se faz em comparação com a filosofia ocidental e com tudo que esta produziu. Neste sentido, la Filosofia Intercultural coloca o desafio de repensar la filosofia desde outras experiências de pensamento. O epistemicidio expõe (...) o racismo em que vivimos. O encontro do filósofo cubano com a filósofa brasileira, uma mulher negra, dará força a uma categoria de pensamento que pretendo desenvolver, Améfrica Profunda, para melhor compreender este país chamado Brasil e a forma em que as resistências dos povos indígenas e negros se constituiram, también a partir de profundas experiencias interculturais. (shrink)

Trata-se de compreender qual é o estatuto do corpo na obra O segundo sexo, de Simone de Beauvoir, mais especificamente no capítulo 1 do primeiro volume, "os dados da biologia". Se é verdade que a descrição do corpo não é suficiente para definir o que é uma mulher - permitindo à filósofa francesa afastar-se de determinismos e essencialismos -, é verdade também que é um elemento fundamental para a compreensão das mulheres. Assim, tentar-se há demonstrar que, na moral existencialista (...) de Beauvoir, o corpo nem determina nem é esquecido, mas se constitui como sendo, a um só tempo, uma coisa do mundo e um ponto de vista sobre o mundo, facticidade e liberdade, ou seja: ambiguidade. (shrink)

A coletânea apresenta, sob a forma de artigos, problemas e soluções associados ao conceito e substância ao longo da história da filosofia. Sem pretender exaurir esse percurso, a coletânea contém 29 artigos redigidos por diversos especialistas brasileiros em Filosofia. Sua proposta é oferecer uma visão clara, acessível, precisa e atualizada desse recorte da história do conceito de filosofia, na expectativa de contribuir para o aperfeiçoamento do ensino e debate de filosofia no país. -/- The anthology presents, (...) through a series of articles, the intricacies of problems and solutions intertwined with the concept of substance across the annals of philosophical history. While not seeking to comprehensively cover this vast terrain, the collection comprises 29 articles penned by a diverse array of Brazilian specialists in Philosophy. Its overarching aim is to furnish a lucid, accessible, precise, and contemporaneous perspective on this facet of philosophical inquiry, with the aspiration of enriching the landscape of philosophical education and discourse in Brazil. (shrink)

Une œuvre majeure de Christine de Pizan vient de faire l'objet d'une édition : Le Livre de l'Advision Christine dont Liliane Dulac et Christine Reno ont établi le texte, précédé d'une longue et précieuse introduction. Événement éditorial de premier ordre, l'édition antérieure (en 1932) ne pouvant satisfaire aux exigences des médiévistes et plus largement de ceux qui s'intéressent à la voix des femmes au Moyen Âge. Dans le parcours de l'écrivaine, l'Advision, œuvre de maturité, associe...

The idea of self-fashioning that Stephen Greenblatt presents in his book Renaissance Self-Fashioning can be very useful in an effort to understand Christine de Pizan's work. Specifically, a reading of The Treasure of the City of Ladies or The Book of the Three Virtues in the light of self-fashioning may help explain the book's intent. In writing The Treasure, Christine is often criticized for what appears to be a departure from her vigorous defense of women presented in The (...) City of Ladies. The article argues, however, that quite the contrary is the case in the later book. Christine uses self-fashioning in The Treasure as a strategy of survival for herself and other women. For example, she frames an argument in which she casts the male literary establishment as well as the misogynistic texts produced by that establishment as Other. Consequently, what appears to be submission in The Treasure is really a textual strategy, a subversion which is aimed at giving women an identity and protecting them against the many dangers of a male-dominated world. (shrink)

In The City of Ladies and Bell in Campo, Christine de Pizan and Margaret Cavendish imagine women’s participation to war as a metaphor of the sexual conflict that they must fight in order to conquer their visibility in history. While Pizan rewrites history from women’s stand point and acknowledges the universal value of sexual difference for the plan of salvation, Cavendish moves within a modern frame and thinks history as the result of human action. In both cases, the tale (...) of women’s participation to war allows criticizing the moral and normative implications of «nature». (shrink)

Neste artigo-ensaio, aponto que a pesquisa sobre as obras escritas por mulheres na filosofia tem implicações práticas que interferem no nosso modo de ensinar filosofia e de vivenciar a prática filosófica acadêmica. Elaborando sobre experiências de aula recentes, pretendo mostrar que o projeto de resgate tem um cunho pedagógico na medida em que deixa explícitos vieses de interpretação histórica e fenômenos sexistas da cultura acadêmica. Finalmente, mostro que o projeto de resgate ensina que a história tem conexões (...) profundas com o presente e que, por isso, o espaço de criação de conteúdo da sala de aula e temas de filosofia da educação tornam-se fundamentais para o projeto de ampliação do cânone filosófico.Palavras-chave: Mulheres. Filosofia. Cânone. Ensino. Pedagogia. AbstractIn this essay paper, I show that the research on the philosophical works written by women has practical implications that interfere in our way of teaching Philosophy and experiencing its academic practice. Building from recent classroom experiences, I try to show that the retrieval project has a pedagogical aspect as it makes explicit historical interpretation biases and sexist phenomena of the academic culture. Finally, I show that the retrieval project also shows that History has deep connections with the present and, for this reason, the space for content creation in philosophy classrooms and topics in philosophy of education become key for the project of expansion of the philosophical canon.Keywords: Women. Philosophy. Canon. Teaching. Pedagogy. (shrink)

El presente trabajo lleva a cabo una reflexión sobre el proceso de incorporación de la conciencia feminista en el imaginario occidental a partir de los casos de Christine de Pizan y sor Juana Inés de la Cruz, que permiten ejemplificar el concepto de heroicidad epistémica propuesto por José Medina. Para ello se expondrán las posiciones críticas de ambas autoras y se valorará el efecto que tuvieron en sus respectivos contextos, así como el rastro que dejaron en momentos posteriores. Este (...) recorrido servirá para problematizar dicho concepto y apuntará la necesidad de enmarcarlo históricamente desde las expectativas del presente. (shrink)

À la fin du XVIe siècle, Christine de Pizan apparaît comme la première « intellectuelle » du monde occidental. Écrivaine consciente des bienfaits de l’éducation que lui a donnée son père, elle refuse de s’enfermer dans sa chambre de travail et s’engage dans un espace public jusqu’alors réservé aux hommes. À la jonction du Privé et du Public,elle prend le risque d’une longue marche vers un monde meilleur : le champ du savoir à ses yeux doit être mis au (...) service d’une parole efficace pour la cité des hommes. (shrink)

No dia vinte e dois de dezembro de 2020, às dezenove horas, na página https://www.facebook.com/filosofasufpr, as ganhadoras do Prêmio Filósofas 2020, Kamila Babiuki e Cassiana Stephan concederam uma entrevista exclusiva ao Projeto Filósofas UFPR. Organizado pela Rede Brasileira de Mulheres Filósofas em parceria com a ANPOF, o ano de 2020 marca a primeira edição de um prêmio que visa corrigir ou ao menos reparar uma injustiça recorrente nas premiações (não só) do campo filosófico brasileiro: o de (...) privilegiar indicações, por parte dos departamentos, e premiações, por parte da ANPOF, de dissertações e teses produzidas por pesquisadores homens. O Prêmio Filósofas provocou um verdadeiro rebuliço nos departamentos de Filosofia por todo o Brasil, que se viram tanto face a face com o estigma que eles mesmos auxiliaram a perpetuar quanto com o modo como uma produção acadêmica filosófica de mulheres, por muitas vezes excelente, é diminuída e relegada a segundo plano. Na via contrária, tal acontecimento igualmente motivou diversos projetos nestes mesmos departamentos, os quais objetivaram uma maior visibilidade dessas produções. O Projeto Filósofas UFPR é um deles. (shrink)

Grounded in a close reading of the records of Joan's trial and rehabilitation, on the early letters announcing her arrival at Chinon, and on three literary works; Christine de Pizan's Ditié, Martin le Franc's Le Champion des dames, and Alain Chartier's, Traité de l’Esperance, this controversial work argues that serious historians should accept that Joan was trained. It proposes that she was identified and taught how to behave in the expectation of the fulfillment of the Charlemagne Prophecy and other (...) prophecies from the Joachite tradition. It explores the possibility that Christine de Pizan, who had been promoting these prophecies from the beginning of the century, had some hand in the process that resulted in Joan's appearance and demonstrates, at the very least, that there are many links connecting Christine de Pizan to the knights who fought with Joan. (shrink)

The aims of this chapter are threefold. The first is to outline the importance of the tradition of virtue ethics for the origins of feminist thought. The second is to suggest a fertile avenue for the philosophical exploration of the works of late medieval and early modern women writers by considering the works of Christine de Pizan. The last aim of this chapter is to contribute to the emerging field of the history of women’s ideas in which female philosophers (...) are read not as mere appendages to the male thinkers of their period, but rather as having contributed to a distinctive strand in the history of ideas. (shrink)

Depuis l’importante anthologie de textes féministes français parue en 1978 sous le titre Le Grief des femmes, depuis longtemps épuisée, aucun recueil similaire n’avait été composé. Nicole Pellegrin se propose de combler cette lacune, qui témoigne, selon elle, du retard français en matière d’enseignement et de vulgarisation sur l’histoire des femmes et du genre. Elle rassemble ici vingt extraits de textes, produits entre le début du XVe siècle et les années 1970. Peu d’entre eux ont été écrits...

Christine de Pizan da vida a su gobernante ideal a partir de la tradición medieval del aristotelismo político y su noción de lo “arquitectónico”. Construido a modo de una arquitectura viviente de ciencias, el rey sabio aparece dominando la paleta de saberes, que va desde la episteme hasta los conocimientos más prácticos. Teoría y práctica se encuentran, así, en la base de su construcción de lo político. Pero ¿en qué medida la autora se consagra a brindar una explicación del (...) pasaje de las ciencias, sobre todo, aquel que va de las especulativas al registro práctico de la ciencia política? Si el rey se distingue por ser un sabio al tiempo que un experto en las diversas ciencias, cabe preguntarse si acaso la autora teoriza sobre dicho pasaje de lo teórico a lo práctico que constituye la esencia de su pensamiento. ¿Cuál es el canal para volcar la episteme al servicio del Estado? Al respecto, sostengo la hipótesis de que tanto la prudencia como el entendimiento o intelecto parecen ser los dos componentes de la sabiduría perfecta que la escritora aúna en una perfecta díada; operación, esta, que le permite explicar el pasaje de todas las ciencias al plano de lo contingente. ¿Acaso no es, gracias a esta operación, que el rey sabio de Christine de Pizan aparece como el intelecto supremo de la comunidad política, encarnada en el reino de Francia? ¿No son las ciencias, de este modo, redituables en servicio del Estado? (shrink)

(Spanish) RESUMEN: La libertad absoluta postulada por Viktor Emil Frankl y Jean-Paul Sartre, la Shoah y la creencia en un dios omnipotente, bueno y justo parecen contradecirse. La pregunta por el sentido del sufrimiento de las víctimas del Holocausto (la verdadera catástrofe, el mayor crimen contra la humanidad), simbolizado por Auschwitz, y como punto de inflexión en la historia, es terriblemente dolorosa y parece no tener una respuesta filosófica ni teológica. A mi juicio, es importantísimo distinguir entre las víctimas (...) inocentes de la Shoah que perecieron y las víctimas inocentes que sufrieron un verdadero infierno y perdieron a sus seres queridos, pero que lograron sobrevivir. Ambas son víctimas, por supuesto, pero así como encontrarle un posible sentido al sufrimiento de las víctimas masacradas y gaseadas podría suponer un insulto a su sufrimiento y agonía –en especial, al horror que sufrieron los niños–, el horrible sufrimiento de los supervivientes pudo dar, tal vez, de alguna manera, un sentido a sus vidas después de la liberación de los campos de concentración y exterminio, ya fuera como voz, como protesta o como simple supervivencia. Frankl apuesta por un sentido último (que abraza el sentido del sufrimiento de las víctimas), y Sartre, aunque parezca no apostar por sentido alguno, volcó su vida al compromiso político después de la Segunda Guerra Mundial, y ello parece vislumbrar una minúscula pizca de sentido después de la barbarie. La filosofía de Frankl es un sí a la vida incluso en las situaciones más extremas, un grito casi nietzscheano que exalta el valor de la vida más allá de cualquier sufrimiento. Frankl, padre de la logoterapia y superviviente del Holocausto, abre una puerta a Dios al hablar de un dios inconsciente, una dimensión suprahumana y una fe incondicional, y define la religión como espiritualidad y como la búsqueda del hombre por el sentido último. Según Frankl, la libertad no se contradice con Dios, y la religión existe no a raíz de la barbarie, sino a pesar de la barbarie. El existencialismo sartreano es una filosofía de la libertad radical y de la responsabilidad. El hombre está condenado a ser libre. El ser humano es un ser en el que la existencia precede a la esencia. Somos totalmente responsables de lo que somos. Sartre afirma que la libertad humana es incompatible con Dios. En un mundo sin Dios, la moral la construyen los hombres, con sus propias decisiones y sus acciones, y la existencia y el sufrimiento de las víctimas no tienen sentido alguno. Sartre define al hombre como libertad, responsabilidad, angustia y contingencia. Frankl define al hombre como libertad, responsabilidad, espiritualidad y búsqueda de sentido. Con esta tesis me propongo entrar en la resbaladiza dimensión del dolor, la desesperación, el sentido y sinsentido del sufrimiento de las víctimas (teniendo presente los horrores de Auschwitz, que en teología y filosofía ha simbolizado desde la liberación de los campos la muerte de Dios y la muerte de la moral). Es verdad que no solo los hombres, mujeres y niños judíos fueron víctimas de la barbarie alemana, pero, como reza el mensaje de Elie Wiesel en la exposición permanente del Block 27 del Auschwitz-Birkeanu State Museum: "Not all victims were Jewish in this place, but all Jews were victims". La Shoah no es un episodio dentro de la Segunda Guerra Mundial, sino un punto de inflexión en la historia de la humanidad, y es una catástrofe que nos concierne a todos, hombres y mujeres judíos y no judíos, religiosos e irreligiosos, creyentes e increyentes, como seres libres, responsables y morales que somos –o que deberíamos ser. Muchas de las víctimas del Holocausto, en medio de la desesperación, entraron en las cámaras de gas orando, aferrándose a la esperanza de que ese final espeluznante no era un punto final. Con esta tesis no me propongo de ninguna manera responder a la eterna pregunta de si Dios existe o no, sino que propongo interpretar ese grito hacia Dios como un desesperado anhelo de esperanza. También me propongo encontrar una coherencia en las posturas de estos dos grandes pensadores para quienes la libertad y la responsabilidad definen al hombre: Frankl (quien apuesta por una dimensión suprahumana donde existe un sentido último en el que el sufrimiento de las víctimas tiene que tener algún sentido, aunque ese sentido sea completamente incomprensible en la dimensión humana) y Sartre (el existencialista ateo por excelencia, para quien el mundo, la existencia y el sufrimiento son absolutamente contingentes). En el primer capítulo expongo la logoterapia y el existencialismo sartreano: describo las tres dimensiones del hombre y las tres búsquedas de sentido propuestas por Frankl, y expongo las cinco consecuencias de "l'existence précède l'essence", centrándome en la libertad y la responsabilidad, y hablo del suicidio. El segundo capítulo está dedicado al dios inconsciente frankleano, la dimensión suprahumana, la búsqueda por el sentido último y la fe incondicional. En el tercer capítulo ilustro la libertad sin Dios sartreana, la ontología sartreana, el ateísmo sartreano y el humanismo sartreano, y hablo sobre la responsabilidad, la mauvaise foi, la contingencia, la situation y la angustia. El cuarto capítulo es necesariamente histórico (sin dejar de ser filosófico): me pregunto por la muerte de Dios después de Auschwitz, argumento y defiendo la unicidad del Holocausto (la Shoah es un punto de inflexión en la historia de la humanidad), describo las masacres antes de los campos de exterminio (Einsatzgruppen, Ordnungspolizei y Wehrmacht), el gigantesco complejo de Auschwitz (Stammlager, Auschwitz-Birkenau y Monowitz-Buna), reflexiono sobre Dios y el mal (centrándome en los niños de Auschwitz), describo los días de Frankl en Auschwitz, hablo de Dios como esperanza, de la inmortalidad y la escatología, de la crueldad de Dios, de la relación entre el cristianismo y el antisemitismo, del islam y el antisemitismo, critico el silencio de Dios, hablo de la muerte de Dios y del juicio contra Dios. En el quinto capítulo expongo la moral frankleana (una moral que atañe al hombre y no a Dios), basándome en su teoría del amor y en su única obra de teatro (Synchronisation in Binkerwald), y la moral sartreana (una moral que atañe a una humanidad sin Dios), recordando a Dostoyevsky, analizando la famosa cita de Garcin en Huis clos "L'enfer, c'est les Autres", criticando el marxismo de Sartre y cuestionando (con la mirada de Frankl y Sartre) el verso de Brecht "Erst kommt das Fressen, dann kommt die Moral"; al final del capítulo incluyo una reflexión propia y las críticas frankleana y sartreana sobre la impunidad de los verdugos y colaboradores después del Holocausto (con el permiso de Dios). Después de la Conclusión, añado un Apéndice sobre las vidas de Frankl y Sartre, para poder entender mejor su obra. PALABRAS CLAVE: logoterapia, existencialismo sartreano, búsqueda de sentido, libertad, responsabilidad, moral, angustia, sufrimiento, supervivientes, víctimas, contingencia, espiritualidad, religión, Dios, esperanza, antisemitismo, culpa, Auschwitz, Holocausto, Shoah. /// (English) ABSTRACT: The absolute freedom defended by Viktor Emil Frankl and Jean-Paul Sartre, the Shoah and the belief in an omnipotent, benevolent and just God seem to contradict each other. The question of the meaning of the victims' suffering of the Holocaust (the true catastrophe, the biggest crime against humanity), simbolised by Auschwitz and as a turning point in History, is terribly painful and doesn't seem to have an answer. In my opinion, it's crucial to distinguish between the innocent victims of the Shoah who perished and the innocent victims who sufferend a real hell and lost their loved ones, but managed to survive. Both are victims, of course, but just as finding a possible meaning to the suffering of the massacred and gassed victims could result in an insult to their suffering and agony –especially to the horror that the children suffered– the gigantic suffering of the survivors could, maybe, somehow, give a meaning to their lives after the liberation of the concentration and extermination camps, either as a voice, as a protest, or as a simple survival. Frankl believes in an ultimate meaning (that embraces the meaning of the victims' suffering), and Sartre, even if it appears not to embrace any meaning, turned his life to political engagement after War World II, and that attitude seems to give a tiny glimpse of meaning after the barbarity. Frankl's philosophy says yes to life even in the most extreme situations, and it's a Nietzschean-like scream that exalts the value of life beyond any monstrous suffering. Frankl, the father of logotherapy and a Holocaust survivor, opens a door to God when he talks about an unconscious God, a supra-human dimension and an unconditional faith; he defines religion as spirituality and as man's search for ultimate meaning. According to Frankl, freedom is not contradictory with God, and religion exists not because of the barbarity but in spite of the barbarity. Sartrean existentialism is a philosophy of radical freedom and responsibility. Men are condemned to be free. We are beings where the existence precedes the essence. We are completely responsible of what we are. Sartre argues that human freedom is incompatible with God. In a godless world, morality is constructed by people, with their own choices and actions, and human existence and the suffering of the victims don't have any meaning. Sartre defines man as freedom, responsibility, Angst and contingency. Frankl defines man as freedom, responsibility, spirituality and search for meaning. With this dissertation I attempt to enter in the slippery dimension of the pain, despair, meaning and meaninglessness of the victims' suffering (having in mind the horrors of Auschwitz, that in theology and in philosophy have simbolised, since the liberation of the camps, the death of God and the death of morality). It's true that not only Jewish men, women and children were victims of the German barbarity, but, as Elie Wiesel's message from the permanent exhibition from Block 27 of the Auschwitz-Birkeanu State Museum reads: "Not all victims were Jewish in this place, but all Jews were victims". The Shoah is not an episode inside War World II, but a turning point in the history of humankind, and a catastrophe that embraces us all, Jewish and not not Jewish men and women, religious and not religious, believers and not believers, as the free, responsible and moral beings that we all are –or that we should be. A lot of the victims, in the midst of their desperation, entered into the gas chambers praying, holding to the hope that their horrifying end was not the ultimate end. With this dissertation I do not attempt to answer the eternal question of the existence of God, rather, I will try to interpret that scream to God as a longing for hope. I also intend to find a coherence between the thought of these two great thinkers for whom freedom and responsibilty define man: Frankl (who argues that there is a suprahuman dimension where an ultimate meaning exists and where the victims' suffering has to have a meaning, even if this meaning is completely incomprehensible in the human dimension) and Sartre (the atheist existentialist par excellence, for whom the world, human existence and suffering are absolutely contingent). In the first chapter I expose logotherapy and Sartrean existentialism: I describe the three dimensions of man, the three searches for meaning, the five consequences of "l'existence précède l'essence" and I speak about suicide. The second chapter delves into the unconscious God, the supra-human dimension, the ultimate meaning and the unconditional faith. In the third chapter I expose the freedom without God defended by Sartre, Sartre's ontology, Sartre's atheism, Sartre's humanism, and his ideas about responsibility, mauvaise foi, contingency, situation, and Angst. The fourth chapter is necessarily historical (while being philosophical too): I wonder about the death of God after Auschwitz, I argue and defend the uniqueness of the Holocaust (the Shoah is a turning point in the history of humankind), I describe the massacres before the extermination camps (Einsatzgruppen, Ordnungspolizei y Wehrmacht), the gigantic Auschwitz camp complex (Stammlager, Auschwitz-Birkenau y Monowitz-Buna), I reflect on God and evil (focusing on the children of Auschwitz), I describe Frankl's days in Auschwitz, I talk about God as hope, about immortality and escathology, I discuss God's cruelty, the relationship between Christianity and antisemitism and Islam and antisemitism, I question the silence of God, and I talk about the death of God and about the trial against God. In the fifth chapter I talk about the Franklean morality (a morality that concerns man and not God), on the basis of his love theory and his only work of theater (Synchronisation in Binkerwald), and the Sartrean morality (a morality that concerns a humanity without God), remembering Dostoyevsky, analysing Garcin's famous quote in Huis clos "L'enfer, c'est les Autres", crticizing Sartre's marxism and questioning (with Frankl's and Sartre's eyes) Brecht's verse "Erst kommt das Fressen, dann kommt die Moral"; at the end of the chapter I include my own reflection (and Frankl and Sartre's critique) about the impunity of the executioners and collaborators after the Holocaust (with God's permission). After the Conclusion, I add an Appendix about the lives of Frankl and Sartre, which helps understanding better their work. KEYWORDS: logotherapy, existentialism, search for meaning, freedom, responsibility, morality, Angst, suffering, survivors, victims, contingency, spirituality, religion, God, hope, antisemitism, guilt, Auschwitz, Holocaust, Shoah. (shrink)

A narrativa da existência feminina ao longo do tempo foi sendo traçada, majoritariamente, por mãos masculinas. Entretanto, é necessário que elas sejam as autoras e não meras personagens representadas segundo uma visão do outro. Virgínia Woolf em _Um Teto Todo Seu_ e Hélène Cixous em _O Riso da Medusa_, fazem uma espécie de chamado para que as mulheres reconquistem o protagonismo de sua narrativa. Sendo uma das várias expressões, a Literatura permitiu essa autonomia. Reforça sua (geo)experiência. O _I Colóquio (...) Palavra-mulher: de uma escrita feita por mulheres_ realizado no Centro de Humanidades da Universidade Estadual do Ceará – UECE em 2022 proporcionou uma imersão literária feminina em evidência: mulheres, em sua maioria da periferia da cidade de Fortaleza – CE, que produzem uma literatura fora do cânone repleta de geografias e uma reafirmação de si enquanto mulheres. Entre as várias convidadas do evento, a coletiva BaRRósas poesia, através de sua mais recente coletânea de poesias _baRRósas: memória e poesia_ (2021) permitiu ir a fundo em uma escrita contemporânea feminina. Trazer essas mulheres, seus corpos e sua escrita é mostrar que podemos chegar até elas e dar espaço para as suas (geo)experiências. (shrink)

Em sua obra O segundo sexo “fatos e mitos”, Simone de Beauvoir se propõe uma genealogia do ser mulher considerando a questão do que fez da mulher o “outro”. Isto porque, em sua análise existencial, a filósofa percebe a situação da mulher como a do inessencial e inautêntico. A mulher estranha a si mesma pois se constitui como o outro do homem. E, por sua vez, vista pelo olhar masculino, a mulher é o misterioso de duas faces, é tudo aquilo (...) que o homem não é e não pode ser, o que faria da mulher o angustiante inexplicável da existência. Nesta alteridade negativa, é construída uma história da mulher no mundo e diversos mitos sobre o que é ser mulher, que resultam em uma situação. Evidentemente, uma situação opressiva, para a qual a autora considera ainda soluções, como a possibilidade de não se encerrar no destino materno e o ganho de poder aquisitivo — que livrariam as mulheres de sua sujeição social. Assim, expomos neste artigo como Simone de Beauvoir caracteriza a situação e os mitos da mulher, a fim de compreender porquê seria a mulher o segundo sexo. (shrink)

Marcel Beaufils fut un pedagogue exceptionnel qui exerca une influence decisive sur l'evolution de l'esthetique musicale en France, a partir des annees 50. Or, parmi ses ouvrages, Musique du son, musique du verbe est tres certainement celui qui porte le plus fortement la marque de son activite d'enseignant au Conservatoire National Superieur de Musique de Paris ; cette mission, il semblait l'entendre davantage comme celle d'un declencheur d'idees, catalyseur, plutot que du transmetteur d'un savoir fige une fois pour toutes. Bouleversant (...) toute tentative de classification academique, toute certitude acquise, ce livre laisse des pointilles ; un grand souffle traverse son ecriture. N'en deplaise aux musicographes, il s'agit la d'un ouvrage de creation, qui nous rappelle que Marce Beaufils etait egalement un ecrivain qui savait manier le verbe a la fois en tant que dramaturge et en tant que poete. (shrink)

Women philosophers of the past, because they tended not to engage with each other much, are often perceived as isolated from ongoing philosophical dialogues. This has led—directly and indirectly—to their exclusion from courses in the history of philosophy. This article explores three ways in which we could solve this problem. The first is to create a course in early modern philosophy that focuses solely or mostly on female philosophers, using conceptual and thematic ties such as a concern for education and (...) a focus on ethics and politics. The second is to introduce women authors as dialoguing with the usual canonical suspects: Cavendish with Hobbes, Elisabeth of Bohemia with Descartes, Masham and Astell with Locke, Conway with Leibniz, and so on. The article argues that both methods have significant shortcomings, and it suggests a third, consisting in widening the traditional approach to structuring courses in early modern philosophy. (shrink)