Abstract
Este artigo procurará analisar o desenvolvimento da sociedade a partir de um viés ético- inclusivo. O paradoxo inclusivo/exclusivo não pode ser resolvido ao nível de uma racionalidade discursiva. Muito menos através de uma concepção teleologia que transparece um ideal, do qual todas as diferenças se ajustam a uma democracia do tipo universalizada em Herbert Mead. Mas, tal paradoxo torna-se indispensável para que possamos compreender o estranhamento como possibilidade e abertura. Em Merleau-Ponty, há um entrelaçamento latente e necessário para que haja biodiversidade e criação. Desse modo, a própria racionalidade precisa de uma base ontológica que venha a ampliá-la na compreensão de profundos problemas intersubjetivos. Não pretendemos minimizar nossa capacidade de resolvermos nossos problemas através de um diálogo. Nosso propósito é mostrar quando esse se dirige para uma confiança cega na razão, propiciando um déficit ontológico fatal para uma exclusão justificada socialmente e assumida pela nossa personalidade. Waldenfels procurará o caráter aberto de nossas relações ético-discursivas, proporcionando uma inclusão esperada que contemple o outro não como ameaçador, mas em suas vivências e contribuições possíveis. Dessa forma, a responsividade traz uma contribuição importantíssima para o paradoxo inclusivo/exclusivo que é insolúvel ao nível racional, mas que se torna necessário para que o outro seja visto lá, onde a razão mostra sua invisibilidade.