Abstract
Os últimos textos de Althusser defendem a existência de um materialismo chamado materialismo do encontro ou aleatório. Esse materialismo se distingue do idealismo, do materialismo da necessidade e do materialismo dialético. Ele recusa as noções de Origem, de Fim, de Sujeito, a teleologia, o princípio de razão e recusa a negatividade dialética e a contradição. Recorrendo ao léxico de Epicuro-Lucrécio, ele coloca a contingência dos encontros que constituem o mundo (a história, as instituições, os dispositivos). Fortemente inspirado por Maquiavel, Althusser coloca esse materialismo “sob a conjuntura” que abre o pensamento a seu exterior (as lutas de classe). Ele decorre de novas categorias, o vazio, o centro e suas margens, o encontro, os deslocamentos, o todo sob a contingência. Quero mostrar que esse materialismo é mais do que um novo materialismo. Aanalisando a metáfora do “prato” utilizada por Althusser, compreendo que ele constitue uma lógica para o materialismo e para o marxismo, apartada de suas teses necessitaristas.