Abstract
Trata-se aqui da resenha do livro _Pieter Bruegel: le tableau ou la sphère infinie – pour une reforme théologico-politique de l’entendement_, de Laurent Bove, publicado em 2019. O livro explorando, de um ponto de vista espinosista, o tema da “segunda natureza”, o qual, anunciado _en passant_ em _La stratégie du conatus: affirmation et résistance chez Spinoza_, de 1996, ganhou centralidade em suas monografias publicadas na última década: _Vauvenargues ou le séditieux_, de 2010, e_ Albert Camus, de la transfiguration_, de 2014. A leitura de Bove busca reconstituir o significado da obra de Pieter Bruegel, o Velho (1525/1530-1569), pintor flamengo cujo legado pertence à Bélgica e aos Países Baixos, a partir de três eixos fundamentais: histórico, artístico e filosófico. A partir de uma problematização da imagem da "esfera infinita", tal como empregada na obra de Nicolau de Cusa, Bove confere um lugar para a pintura de Bruegel enquanto arte filosófica.