Abstract
Nosso objetivo foi discutir a análise do estatuto das armas e do armamento no quadro de uma reflexão sobre a tecnologia como apresentada por Gilles Deleuze e Félix Guattari na obra Mil Platôs. Os autores oferecem uma interpretação sobre a especificidade desses elementos técnicos a partir de sua ligação com o processo de inovação das sociedades guerreiras nômades. Esse processo é indissociável de certo modo de operação da metalurgia artesanal e itinerante sobre o phylum maquínico, definido como matéria-movimento composta por singularidades e manifesta em traços de expressão determinados. Porém, o phylum maquínico e a linhagem tecnológica do armamento também podem ser capturados por um aparelho de Estado, passando a funcionar de maneira distinta daquela em que operavam quando conexos ao espaço nômade. Essa captura está na gênese de uma indústria armamentista, cerne problemático da relação entre guerra, técnica e capital para o qual se direciona nossa reflexão final.