Abstract
A análise feita por Hans Jonas acerca do problema da técnica moderna, se situou em uma relação de identidade e diferenciação para com a tradição em que se encontrava inserido. Husserl foi o primeiro a indicar a necessidade de se reavaliar os limites da técnica moderna, para ele o problema dessa técnica, por ser uma decorrência da matematização da natureza, seria a perda de uma capacidade de se produzir um conhecimento que não seja intermediado pela própria tecnicidade da matematização. O trabalho de Ortega y Gasset na análise da técnica moderna, contribuiu para o estabelecimento de conceitos importantes, mas não suscitou uma reflexão crítica pertinente à contemporaneidade e nem apresentou grandes ressalvas quanto à utilização da técnica, pelo contrário, o filósofo espanhol foi um entusiasta dos resultados do tecnicismo. Martin Heidegger, é o filósofo anterior a Hans Jonas que com mais ênfase delineia não apenas uma análise da questão da técnica moderna, como também desenvolve uma crítica aos efeitos e as consequências que essa técnica pode produzir para a contemporaneidade. A partir dessas análises, é possível perceber que o pensamento de Hans Jonas é singular, sobretudo, porque vincula sua crítica e suas considerações à técnica moderna à análise do fenômeno da vida, preocupando-se em relacionar as ameaças e os problemas dessa técnica com a concretude e a singularidade da vida.