Abstract
Este artigo busca analisar os efeitos estéticos que surgem do diagnóstico do filósofo esloveno Slavoj Zizek, sobre o conceito de ideologia cínica. Segundo Zizek, tal conceito não corresponde mais à definição clássica de ideologia, ou seja, de um discurso que mascara seus reais interesses. Ao contrário da forma tradicional, a ideologia cínica não oculta seus interesses particulares por trás de uma aparente universalidade ideológica, mas os assume claramente. Na sociedade capitalista contemporânea, onde emerge tal ideologia, a crítica à mimesis ou a “fascinação” fetichista da realidade social tornou-se obsoleta. Este aspecto fica como fica evidente em alguns elementos da cultura capitalista como os ready-mades, a pop art, o design, os quadrinhos, o cinema comercial, a moda, a publicidade, e o entretenimento televisivo. A arte contemporânea é uma espécie de “estetizaçao”da insuficiência do desvelamento da ideologia tão almejada pelo programa estético da arte moderna.