Abstract
A performance “Experimentando Vermelho em Dilúvio” (MATTIUZZI 2016), da artista Michelle Mattiuzzi, aponta múltiplas possibilidades de pensar corpas(os) negras(os) dentro/fora dos limites da violência que alicerça as vidas negras sob a égide do não ser (FANON, 2020) e da estreita relação entre escravidão/vidas negras/morte social (PATTERSON, 2008). Contrapondo-se a essa dimensão fatídica, a aposta consiste numa leitura da performance através do que Fred Moten (2020) configurou como a mercadoria/objeto que fala e, portanto, resiste. “Experimentando Vermelho em Dilúvio” é capaz de fazer ver e dizer uma dimensão performática que mistura sangue, dor, sons e nos arremessa naquilo que Denise Ferreira da Silva (2019) chama de Corpus Infinitum - o corpo da nativa/escrava selado pela fugitividade e conjuração do texto moderno.