Odeere 3 (6):149-176 (
2018)
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Abstract
Este artigo tem a pretensão de analisar a construção de alguns processos conceituais que levaram a justificativa da legitimação da dominação, subjugação e eliminação do corpo de seres humanos de pele
escura, especificamente procedentes do continente africano e as respectivas terras para onde foram levados a força para serem escravizados. Ao receber a alcunha de negro pelo colonizador europeu, o africano começa a ser inserido em um estágio de construção de não-ser, não-humanidade e não-racionalidade. Classificado dessa forma o seu corpo (a força de trabalho) foi utilizado como combustível
para o desenvolvimento do capitalismo. Um corpo que poderia ser utilizado e descartado assim que se tornasse inútil para ser explorado. Mesmo após o sistema econômico escravagista ter sido extinto, as estratégias de eliminação do corpo negro não cessaram. Agora, como ameaça biológica, os sistemas políticos contemporâneos, atualizando técnicas coloniais executam esse mesmo corpo em forma de necropolítica.