Abstract
Apresenta-se uma síntese do estudo comparativo das classificações de Ernst Mach, Rudolf Carnap e Hans Reichenbach, com um objetivo principal: a demarcação do problema geral – “o que é espaço?” – em prol da delimitação do problema específico: “o que é espaço físico?” Para isso, é necessário contrastar tal conceito com os demais “tipos de espaço” que designam os diferentes significados que a palavra ‘espaço’ pode assumir; significados estes restritos à interseção das áreas da física, da matemática e da filosofia. Mach classificava “o espaço” em três tipos por considerar três vias de abordagens distintas: o espaço fisiológico (visual, tátil), os espaços geométricos (euclidiano, não euclidianos) e o espaço métrico (no sentido de “espaço das experiências métricas físicas”). Carnap, na sua tese doutoral “Der Raum”, defendeu uma classificação ternária diferente, na qual não há um “espaço” unificador, há três tipos que devem ser rigorosamente distinguidos, embora preservem relações: o espaço formal, o espaço intuitivo e o espaço físico. Por fim, Reichenbach, na sua magna obra “The Philosophy of Space & Time”, atacou todas as tentativas de classificações ternárias e as reduziu à dual distinção entre espaço físico e espaços matemáticos. Por que esta distinção radical é “tão atual”? Ela superou as demais?