Abstract
Partindo da ideia de metamorfose proposta por Emanuele Coccia, desenhamos um percurso que nos levará a pensar, a partir de temporalidades espiraladas, as ilustrações entomológicas da cientista Maria Sibylla Merian (1647 - 1717), bem como as narrativas de ficção especulativa hopepunk, que defende futuros esperançosos em contraposição às histórias de teor pessimista ou apocalíptico. Em uma estratégia de costura metodológica a partir de patchworks narrativos (GÜNEL; VARMA; WATANABE, 2020), mobilizamos os materiais apresentados em ressonância com dados etnográficos provenientes de entrevistas presenciais com G., jovem artesão e aprendiz de curandeiro da etnia shipibo na Amazônia peruana (Tamshiyacu, 2013). Os retalhos apresentados nos permitirão explorar vínculos e pontes experienciais entre epistemes diversas, navegando pela contação de histórias, a oniria e a fabulação enquanto modos metamórficos de pensar e agir no mundo.