Abstract
O presente artigo tem como objetivo problematizar o discurso de emagrecimento presente na mídia contemporânea. Para tanto, foi realizada uma discussão teórico-conceitual acerca de uma política de corpo como alvo das tecnologias de poder em Michel Foucault, tomando-se, como corpus empírico, reportagens da seção “dieta” de alguns exemplares das edições semanais da revista AnaMaria. Tal revista é uma mídia impressa e eletrônica, com periodicidade semanal. Na análise, utilizam-se ferramentas foucaultianas para tensionar e provocar fissuras em discursividades que reverberam pelos mais diversos ambientes de circulação social e que corroboram a fabricação de um padrão corporal. Tal padrão parece ser o modelo estético vigente na atualidade, segundo o qual os corpos “devem” ser magros. Compreende-se que o corpo dos sujeitos é fabricação condizente com os contextos histórico e social aos quais pertencem, e que tais corpos são subjetivados pelas e nas relações de poder em que estão inseridos. Entende-se que há um processo de subjetivação operacionalizado não só pela revista, mas também pela mídia contemporânea em geral, através de uma interpelação sutil e convidativa. Toma-se a mídia como uma pedagogia cultural, que ensina, educa e fabrica sujeitos e subjetividades para além dos muros escolares. O referencial teórico-metodológico operou com alguns conceitos do filósofo Michel Foucault como ferramentas de análise. A pesquisa possibilitou compreender que existem processos de subjetivação que perpassam a vida dos sujeitos, aqui especialmente, modos de subjetivação atrelados ao corpo que deve transformar-se num corpo considerado normal, saudável, belo e feliz. Palavras-chave: Emagrecimento em discurso. Relações de poder. Corpo