Abstract
Propomos, neste artigo, tomar a encruzilhada enquanto gesto metodológico, político, epistemológico e de análise de processos e produtos comunicacionais relacionados à música. A encruzilhada permite que analisemos temporalidades e territorialidades de modo distinto às concepções dominantes modernas de tempo e território, ao enfatizar as multiplicidades e demandar a articulação e rearticulação de saberes não conformados pela colonialidade. Para isso, realizamos um breve exercício analítico colocando o álbum visual Bom Mesmo É Estar Debaixo D’Água da cantora e compositora baiana Luedji Luna na encruza, invocando temporalidades e territorialidades em diálogo com o produto. Ao convocar a encruzilhada, colocamos ainda as nossas subjetividades enquanto autores no ebó, problematizando o fazer científico estabelecido na modernidade.