Abstract
Nos dias atuais há suficiente conhecimento a respeito do fato de que a teoria winnicottiana do amadurecimento expandiu as possibilidades da clínica para muito além dos limites intrínsecos à técnica derivada da psicanálise tradicional. Entre muitas outras contribuições, a psicanálise encontrou nessa teoria elementos essenciais, teóricos e técnicos, para que pudesse apresentar maior efetividade no tratamento de pacientes suicidas. Por outro lado, essa efetividade tem um custo que nos é cobrado, também, na forma da exigência para que reexaminemos as questões relacionadas à transferência e à contratransferência. O objetivo deste trabalho é fazer o exame das questões relativas a esses dois conceitos no tocante à prática clínica junto aos pacientes que apresentam tendências suicidas. Parte-se do pressuposto de que tais pacientes apresentam, invariavelmente, falhas primitivas de integração, que exigirão regressão na transferência e o consequente trabalho, intenso, do analista com os elementos contratransferenciais.