Abstract
O artigo sintetiza as revisões que Axel Honneth impôs a sua obra após a recepção crítica de Luta por reconhecimento, propondo compreendê-las como passos intermediários em direção ao novo modelo crítico estabilizado em O direito da liberdade, chamado por Honneth de "reconstrução normativa". Essas revisões, concentradas ao redor de uma compreensão considerada adequada da intersubjetividade e da ontologia social, escoram e justificam as decisões de método do último livro. Desde o início de sua elaboração teórica, Honneth teve de lidar com a objeção de cometer sistematicamente uma forma de falácia naturalista ao buscar o fulcro de uma teoria crítica da sociedade na experiência concreta do sofrimento. Mesmo Luta por reconhecimento ainda esteve justificadamente sujeito à mesma crítica, como Honneth viria a admitir. O objetivo das revisões levadas a cabo na década de 2000 foi sanar essa lacuna, encontrando um índice de racionalidade interno ao próprio ato de reconhecimento, bem como às normas e práticas sociais sedimentadas historicamente por relações de reconhecimento.