Abstract
A partir da crítica dos fundamentos da psicologia científica e da inteligência, Bergson investiga a possibilidade de uma perspectiva renovada sobre a consciência humana, culminando na concepção de uma consciência em duração. Na contramão das tendências positivistas da época de sua produção intelectual, o filósofo propõe uma apreensão direta da experiência subjetiva, a partir de um método introspectivo, afastando qualquer tipo de inteligibilidade fundada na racionalidade prática. Iniciando pela problematização da linguagem, pretendemos acompanhar o movimento de constituição do método bergsoniano, analisando a passagem do momento descritivo, onde o aspecto empírico da duração se revela, para o momento da análise transcendental da concretude da consciência. Este artigo é uma versão revisada de um capítulo da minha monografia de conclusão de graduação.