Abstract
Apresentado no âmbito de um colóquio intitulado «Sobre as Diferenças: Filosofia, Cultura e Educação nas sociedades do século XXI», o texto deste artigo toma como incipit as sugestivas palavras de Margrethe Vestager – «Podemos ter novas tecnologias, mas não temos novos valores. […] A minha primeira prioridade será sempre o ser humano. A tecnologia deve servir-nos» – para, sem moralismo nem tecnofobia, se interrogar sobre o que deveria ser educar e ensinar para a vigília e a coragem solitária do pensamento, bem como para a dignidade de uma humanidade in-formada e responsável, apresentando a responsabilidade (meta-)ética – como fonte e valor dos valores e como ethos e incondição de um humano finalmente digno do nome – não só como a única responsabilidade à altura dos desafios do nosso tempo, mas também como a única a, lucidamente, permitir sonhar com a promessa de uma cultura e de um amanhã de paz, de bem-estar e de justiça crescente.