Right after the presentation of Hyginus’s fable in §42 of Being and Time comes a note in which Heidegger affirms that the orientation about care as the being of Dasein (§41) arose in the context of the interpretation of Augustinian anthropology and the foundations obtained by the analysis of Aristotelian ontology. Why such a mention and why is it placed precisely after proving the pre-ontological origin of care as the being of Dasein? Assuming such problem, this paper does not aim (...) only at offering a reading key that justifies such note, but at presenting the importance of the factical and pre-ontological aspects presented, respectively, in Book X of The Confessions of Augustine and in the fable of Hyginus for Heidegger's elaboration of care as an ontological category. For this purpose, three lecture courses will be assumed, especially: Augustine and Neo-Platonism (1921), which will make it possible to perceive the always factical aspect of care, thus evidencing the historical enactment perspective of the hermeneutics of facticity; Phenomenological Interpretations of Aristotle (1921/1922), which will make it possible to understand the idea of “ontological category” as a first formulation of what, in Being and Time, will be the existentials; and History of the concept of time: prolegomena (1925), which will allow us to realize that care is about being and not having, therefore, that it is not a possession of Dasein, but a condition of its existence. Finally, after justifying the importance of different aspects for care as an ontological category, it will be understood why the ontological interpretation differs from both others. (shrink)

Este artigo busca revisitar o ideal de paz perpétua proposto por Immanuel Kant (1724-1804) à luz das teses apresentadas por Jürgen Habermas (1929) em A ideia kantiana de paz perpétua – à distância histórica de 200 anos (1995). Explora-se a transição no pensamento kantiano de um cosmopolitismo forte para uma abordagem mais branda, centrada no direito internacional. Analisam-se as propostas de Habermas para reformular a Organização das Nações Unidas (ONU), destacando a necessidade de normas vinculantes e uma constituição global. Essa (...) pesquisa interdisciplinar entre filosofia e direito destaca também as dificuldades contemporâneas na manutenção da soberania dos Estados frente à globalização. O diálogo entre os filósofos Kant e Habermas e o jurista Herbert Hart (1907-1992) revela perspectivas divergentes sobre a construção de um direito internacional eficaz. Em conclusão, ressalta-se a urgência de colaboração entre filósofos e juristas na busca por alternativas que promovam a paz e resguardem a soberania estatal, destacando também a relevância contínua do referencial teórico kantiano para enfrentar desafios contemporâneos na busca por um projeto de paz perpétua. (shrink)

Este artigo analisa a relação entre τέχνη e ἀλήθεια, mostrando como Heidegger recorre a essas concepções gregas para afirmar que a técnica moderna representa o fim da filosofia. Trata-se de ler Heidegger a partir de sua própria obra, assumindo como ponto de partida as preleções _O Sofista de Platão_ (1924/1925). Nestas, ao preparar a interpretação do diálogo platônico, Heidegger mostra que, em Aristóteles, ἐπιστήμη e τέχνη são os dois modos imediatos do ἀληθεύειν e dizem respeito, respectivamente, àquilo que propicia o (...) saber (ἐπιστημονικόν) e a reflexão (λογιστικόν). Em sua obra tardia, Heidegger postula a técnica moderna, cuja essência é denominada _Ge-stell_, como o fim da filosofia. Nesse cenário, este artigo propõe construir uma chave de leitura para a técnica moderna como fim da filosofia a partir da interpretação que Heidegger apresenta sobre a τέχνη em Platão e Aristóteles. Argumenta-se que a técnica moderna não é apenas um meio para um fim, mas um modo da verdade que subjugou até mesmo o pensar filosófico, culminando no domínio da técnica sobre todas as esferas da existência. (shrink)