We call affective brainocentrism the tendency to privilege the brain over other parts of the organism when defining or explaining emotions. We distinguish two versions of this tendency. According to brain-sufficient, emotional states are entirely realized by brain processes. According to brain-master, emotional states are realized by both brain and bodily processes, but the latter are entirely driven by the brain: the brain is the master regulator of bodily processes. We argue that both these claims are problematic, and we (...) draw on physiological accounts of stress to make our main case. These accounts illustrate the existence of complex interactions between the brain and endocrine systems, the immune system, the enteric nervous system, and even gut microbiota. We argue that, because of these complex brain–body interactions, the brain cannot be isolated and identified as the basis of stress. We also mention recent evidence suggesting that complex brain–body interactions characterize the physiology of depression and anxiety. Finally, we call for an alternative dynamical, systemic, and embodied approach to the study of the physiology of emotions that does not privilege the brain, but rather aims at understanding how mutually regulating brain and bodily processes jointly realize a variety of emotional states. (shrink)

Resumo: O objetivo deste artigo é demonstrar como a teoria da mente estendida, particularmente os argumentos de Andy Clark, pode explicar os processos mentais não como fenômenos restritivos ao cérebro e endossar sua conexão com o corpo e o ambiente. Dessa forma, inicialmente, reconstroem-se as principais perspectivas materialistas que limitaram o self ao crânio; em seguida, aponta-se como o caráter estendido da mente escapa aos seus limites naturais e se mistura “descaradamente” ao mundo. Argumenta-se que artefatos externos desempenham um papel (...) importante na orientação de ações, de modo que mudanças no ambiente podem causar mudanças no comportamento do agente cognitivo, configurando uma dependência constitutiva. Desse modo, a tese da mente estendida desafia tanto o funcionalismo tradicional quanto o externalismo, pois, por um lado, considera os processos cognitivos e os estados mentais como interações relevantes do indivíduo com o ambiente e, por outro, como comportamentos orientados pela intenção. Por meio da integração dos corpos biológicos com artefatos ou ferramentas, sustenta-se uma leitura que dissolve a clássica “lacuna explicativa” das ciências cognitivas. (shrink)