A noção de analiticidade teve um papel central em vários debates filosóficos, em particular durante a primeira metade do século XX. Na sequência do influente artigo de W. V. Quine “Dois Dogmas do empirismo” (1951), a noção passou a ser vista com grande cepticismo. Mais recentemente, Paul Boghossian, no artigo “Analiticidade Reconsiderada” (1996), propôs uma forma de compreender a noção que é, putativamente, imune às críticas de Quine. O interesse na noção de analiticidade ficou desta forma renovado, assim como a (...) sua centralidade no debate acerca da possibilidade do conhecimento a priori. O principal objectivo deste artigo consiste em introduzir a noção de analiticidade e os principais problemas que esta enfrenta. (shrink)

Na Crítica da razão pura (1787), Kant expõe uma teoria da analiticidade que pode ser resumida nos seguintes pontos principais: a contenção dos termos, a identidade entre eles e o princípio de contradição. Com base nestes critérios, Kant pensa que a aritmética não usa juízos analíticos. Em oposição, Frege defende, nos Fundamentos da aritmética (1884), que a teoria kantiana de analiticidade é equivocada e que juízos analíticos, incluindo os aritméticos, são lógicos. Pretende-se, portanto, com o uso da literatura secundária em (...) Hanna (2004), discutir as doutrinas de Kant e Frege acerca disso, sugerindo que a teoria de Kant não consegue se sustentar e que a teoria de Frege, embora problemática, possui um ponto promissor a partir da semântica de mundos possíveis de Plantinga (1974) e Kripke (2012). (shrink)

In this article, I examine the reconstruction that Peirce does on analytic/synthetic Kantian division, supported by his phenomenology, semiotic and pragmatism. The analysis of Peirce’s writings on mathematic suggests a notion of a posteriori and necessary analytical truths, that is, propositions that express one belief justified in experience, but whose generalization is valid for all the possible worlds. This was a new idea the time that Peirce formulated it, in 19th Century, and it contrasts with semantic-analytical tradition from Frege and (...) was contested by Quine in 1950’s. Peirce’s notion of analyticity is a result of his discovery of the logic of relatives, which led the philosopher to revise the deductive reasoning, dividing it into corollarial and theorematic, which in turn allow us to understand why mathematics is, simultaneously, deductive and non-trivial. (shrink)

La propuesta de naturalización de la epistemología explicitada por Quine en su célebre artículo de 1969 ha generado debates y consecuencias que de algún modo se prolongan hasta nuestros días a través de la evaluación de diversas propuestas de naturalización, todas ellas de algún modo vinculadas a la idea original de Quine. Sin embargo, varios aspectos bastante centrales de su propuesta continúan sin ser suficientemente aclarados. Ni siquiera se ha logrado consenso sobre cuáles serían las tareas específicas de una epistemología (...) naturalizada y cuáles retoma de la tradición. La persistencia de dichos debates no debería resultar sorprendente si uno considera que, al menos para la interpretación inicial, se estaría proponiendo un programa descriptivo para una disciplina que tenía un propósito claramente normativo; o que se estaba proponiendo apoyarse en las ciencias cuando la disciplina había nacido precisamente para fundamentar a esos estudios. Incluso, que se trataba de proponer una filosofía luego que se prescindiera de la aprioridad y de la analiticidad, cuando la tradición había concebido a la filosofía justamente a partir de ese tipo de enunciados. Para colmo, la epistemología naturalizada proclamaba abiertamente que entre epistemología y ciencias no habría fundamentación sino circularidad supuestamente no ilegítima. Eran pues, varias y fundamentales las posiciones de la tradición que aparecían así claramente desafiadas. En este sentido, en este trabajo nos proponemos: 1 – Revisar sumariamente el contenido básico de la propuesta de naturalización en relación a los temas clásicos de la teoría del conocimiento. 2 – Analizar y evaluar la acusación de falta de normatividad de la epistemología naturalizada. 3 – Analizar el tema de la aprioridad y la analiticidad en relación a las tareas filosóficas de la epistemología naturalizada. 4 – Analizar el posible fundamento y la supuesta circularidad de la propuesta de naturalización.En todos los casos vamos a defender una interpretación algo alejada de la que ha sido mayoritaria y vamos a apoyarnos para ello en la propios desarrollos epistemológicos de Quine y en algunas aclaraciones realizadas por el autor en escritos tardíos. En el tema del fundamento y la circularidad creemos oportuno vincular su posición con la idea de equilibrio reflexivo de Goodman y con desarrollos más recientes en teoría de la justificación no lineal. (shrink)

Nosso artigo irá avaliar a contribuição de uma teoria intensional para projetos de filosofia da ciência. Esperamos explorar o conceito de intensão, que fez parte da polêmica semântica do século XX, para discutir a natureza dos enunciados da ciência e suas diferenças de profundidade. Optamos por dar a seguinte forma à argumentação: almejamos apresentar indícios para a plausibilidade da tese de que as intensões contribuem para marcar diferenças de conteúdo preditivo das proposições. Argumentaremos que essas diferenças falham em ser avaliadas (...) extensionalmente. Sugerimos explorar a diferença entre intensões carnapianas (Carnap 1891-1970) e millianas (Stuart Mill 1806-1873). A linha de contraste será traçada a partir dos problemas para os quais os autores elaboraram seu conceito: as primeiras para ampliar o universo extensional da interpretação com casos possíveis mapeados por um modelo (as quais chamaremos de extensionalidade estendida), e as segundas para resolver problemas de profundidade teórica, entendidos como questões de projeção e predição. A sequência do artigo avalia o desafio de Quine à concepção carnapiana de intensão, e explora a seguinte opção: a de que uma versão profunda (milliana) do conceito de intensão e analiticidade não seria alvo da crítica de Quine. Passamos, por fim, por um exame de possíveis alinhamentos e alianças com o racionalismo crítico recente (David Miller, J. Watkins), para concluir que o universo da filosofia da ciência está aberto a discutir a contribuição de uma noção não-extensional de significação. (shrink)

A argumentação desenvolvida no presente artigo se propõe a defender a interpretação austera do construtivismo em Kant das objeções a ela levantadas por Jeremy Schwartz (2017) em seu artigo _Was Kant a ‘Kantian Constructivist’?_. Tendo isso em vista, primeiramente, procede-se à reconstrução da interpretação de Schwartz para a distinção analítico-sintética na esfera prática a partir da caracterização por contradição e à indicação de objeções para sua aceitação. Na sequência, apresenta-se a caracterização de analiticidade por continência e como esta pode ser (...) transposta para o caso dos imperativos sem resultar em conflitos com a interpretação austera do construtivismo. Por fim, delineiam-se considerações quanto à formalidade dos princípios constitutivos da razão prática e seu escopo, chegando à conclusão de que não se pode estabelecer uma identidade entre construtivismo austero e logicismo prático. (shrink)

The central Fodorian objections to Inferential Role Semantics can be taken to include an ‘Analyticity Challenge’ and a ‘Circularity Challenge’, which are ultimately challenges to IRS explanations of concept possession. In this paper I present inferential role theories, critically examine those two challenges and point out two misunderstandings to which the challenges are exposed. I then state in detail a rationalist version of IRS and argue that this version meets the Fodorian challenges head on. If sound, this line of argument (...) shows that there is no problem of principle in the consideration of IRS as a good candidate for a theory of concepts.Las objeciones fodorianas en contra de una Semántica del Papel Inferencial pueden concebirse como incluyendo un ‘Reto de la Analiticidad’ y un ‘Reto de la Circularidad’, los cuales son principalmente retos a las explicaciones que SPI proporciona sobre la posesión de conceptos. En este artículo presento las teorías del papel inferencial, examino críticamente estos retos y señalo dos malentendidos a los cuales están expuestos. A continuación, presento con detalle una versión racionalista de SPI y defiendo que esta versión supera los retos fodorianos directamente. Si es correcta, esta línea argumentativa muestra que no hay un problema de principio en la consideración de SPI como una buena candidata para una teoría de los conceptos. (shrink)

El presente trabajo tiene como finalidad mostrar cómo la regla hermenéutica tal cual es descripta por Hans-Georg Gadamer en Wahrheit und Methode representa un sistema de significación que produce texto. Para ello se utilizará la semiótica de Iuri Lotman y la semiótica connotativa de Hjelmslev como cooperaciones teóricas que posibilitan describir con mayor analiticidad la regulación de la regla hermenéutica en el fenómeno de la comprensión.

The aim of this work is to preserve the saying / showing tractarian distinction from the New Wittgenstein reading, which defends, among other things, that the Tractatus contains only strings of plain nonsense. The author presents a brief exposition of the language system of the Tractatus . Than he tries to interrelate three core theses, the analyticity theses, the contingency theses and the independency theses as unified by the picture theory. The latter provides the account of an elementary proposition, subject (...) to the constraint that a proposition must show its sense. This work recognizes (without evaluating) the late Wittgenstein's objections, but also recognizes that those objections relate to important philosophical theses, not to pure nonsense. (shrink)

This work addresses the objections to analyticity and meaning atribution to single sentences included in Quines Two Dogmas of Empiricism. First, an interpretation of Two Dogmas is provided which implies that the strongest argument against the analytic/synthetic distinction is based on epistemic holism. Then, two possible rejoinders to Quine are presented. They rely on the following thesis: (i) semantic holism that follows from the conjunction of Quines epistemic holism and verificationism is compatible with assignation of meaning to single sentences, which (...) in turn paves the way for a characterization of analyticity; (ii) epistemic holism and the related thesis that every true sentence is empirically revisable are objectionable if we accept criteria of individuation for truth bearers different from those assumed by Quine. (shrink)