Abstract
O presente artigo tem como objetivo apresentar a filosofia schopenhaueriana como ponto de transgressão (limite) da modernidade e idealismo supremacista de (um certo tipo de) humanidade, em que o descolamento do Homem da natureza constrói um novo tipo de pensar a relação Homem/mundo e suas existências. Assim, tomando como ponto de partida o desencantamento do mundo e do corpo causados pelos procedimentos modernos, conforme delineado por Federici e Starhawk, pretendemos revisitar a filosofia de Schopenhauer e reconhecê-la enquanto ponto de ruptura. A partir da sua metafísica imanente, a vontade, enquanto estrutura transcendental, realiza-se na imanência e a recoloca enquanto parte de um sistema integrado, em que a sua existência é mais uma forma a partir da qual a vontade se objetiva e, principalmente, reanima o corpo, desfazendo a distinção cartesiana entre corpo e alma.