Abstract
O presente ensaio tem como objetivo fazer uma reflexão acerca da educação e os desafios da ciência e da produção de conhecimento na busca de emancipação. Como trama de fundo, trazemos uma breve discussão sobre a produção de conhecimento na atualidade para além daquilo que Santos chama de “pensamento abissal”. Assim, num primeiro momento, pretende-se pensar a condição da educação na atualidade, isto é, discutir seus rumos em tempos de regressões políticas e econômicas. Em seguida, objetiva-se indicar a necessidade de superação do pensamento abissal, refletindo até que ponto a educação funciona como recurso fundamental para a emancipação e até onde vão seus limites. As aproximações com as temáticas problematizadas ocorrem por meio da perspectiva teórico-metodológico-dialética do fenômeno analisado. Espera-se, com essas aproximações, contribuir com uma proposta inclusiva e emancipatória de valorização dos saberes das experiências, dando visibilidade aos valores e às representações estéticas dos diversos grupos, cujas vozes, muitas vezes, são excluídas e/ou silenciadas nos sistemas educativos, colocando em diálogo com a ciência e reconhecendo as culturas que foram excluídas ao longo dos séculos. Além disso, é preciso contrapor-se ao poder cego de todos os coletivos, fortalecendo a resistência diante dos mesmos por meio do esclarecimento do problema. A busca por uma racionalidade crítica, na produção de conhecimento, passa por tensões e fraturas da própria condição humana no capitalismo contemporâneo, mas isso não quer dizer, necessariamente, que se tenha que abandonar a própria razão, para dispor de uma condição adequada da vida humana para além do pensamento abissal. Palavras-chave: Educação. Emancipação. Produção de conhecimento. Pensamento abissal.