Cognitio 20 (1):137-149 (
2019)
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Abstract
O texto trata de entender a relação entre linguagem e realidade a partir de uma ótica particular, a que chamo de prático-poiética, a do nosso emaranhamento prático-material, social, produtivo, com o mundo, com práticas e com artefatos. Foca principalmente na crítica do que se pode chamar de uma posição wittgensteiniana a respeito do assunto. Mas também registra, brevemente, algo de uma posição peirciana, centrada na noção de mediação, e de uma posição antiessencialista sobre a mente, voltada para a linguagem ordinária. Sempre tendo em vista a superação de uma perspectiva “linguocêntrica” por uma posição materialista prática, da qual fazem parte, como pressupostos, entre outros, as ideias de ação humana como poiesis, de crença como hábito de ação e da noção de uma coisa como constituída essencialmente por seus efeitos sensíveis. O que envolveria ainda um realismo prático e em um perspectivismo material, com consequências para nossos modos de entender linguagem e realidade, mas também, junto com isso, significação, conhecimento, ação, etc. O que inclui, reinterpretados, elementos do pragmatismo tanto quanto do chamado materialismo histórico, a partir dos quais a noção de forma de vida fica associada à de cultura material e à de práticas de produção material-espiritual, envolvida com objetos, objetivações – e linguagem.