Abstract
O presente artigo tem como objetivo analisar a interpretação de Popper acerca de um suposto antiteoricismo, que se manifesta na ideia de purificação da mente e na defesa da observação como ponto inicial da ciência, em Francis Bacon. Popper considera que tal posição antiteórica, a que deu o nome de “observacionismo”, supervaloriza o papel da observação no método científico. Procuramos discutir se Bacon realmente assume tal posição e em quais circunstâncias a leitura popperiana é possível. Nossa hipótese é de que o filósofo inglês não pode ser considerado um antiteoricista e, portanto, um defensor do empirismo ingênuo. Dessa maneira, iremos expor a posição de Popper e depois contestá-la com auxílio de comentadores especializados na teoria baconiana.