Pragmatismo e humanismo: Bergson, leitor de William James: Pragmatism and Humanism: Bergson as a Reader of Willian James

Cognitio 2 (2001)
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Abstract

Resumo: Os adeptos do método estruturalista em História da Filosofia costumavam dizer que os filósofos não são bons historiadores pela simples razão de que, possuindo um pensamento original, não poderiam ler e compreender outros autores sem neles projetar as próprias idéias. Dessa forma, aceitando ou negando outras filosofias, o que o filósofo realmente faz é algo como a experiência de seu próprio pensamento em outro, mais do que uma análise objetiva da doutrina a que se está referindo, quase como se as idéias de outros servissem apenas de pretexto ou referência para a articulação das próprias concepções. Essa observação poderia a princípio servir como um parâmetro moderador da admiração entusiasmada que Bergson teve por Willian James. Com efeito, se o papel de Bergson em sua época foi o de reinstaurar na filosofia francesa a possibilidade da metafísica, de direito ou de fato negada pelo positivismo e pelos epistemólogos neokantianos, como poderia ele aceitar a declarada simpatia de James pelo positivismo e pelo utilitarismo? Como admitir a compatibilidade entre uma filosofia que concebe o tempo como absoluto e a intuição como o contato com uma totalidade inefável e uma teoria do conhecimento que vincula a verdade à evolução da prática humana na sua relação com as coisas? E, no entanto, não apenas são eloqüentes as manifestações de Bérgson quanto ao acerto filosófico do pragmatismo de James, mas também são talvez ainda mais significativas as aproximações que ele faz transparecer em seu próprio pensamento e o do filósofo norte-americano quando expõe as idéias deste último. Somente um estudo comparativo aprofundado poderia estabelecer de forma rigorosa as diferenças e as semelhanças. Aqui nos contentaremos apenas com uma visão resumida e preliminar da compreensão bergsoniana da filosofia de w. James, tentando para isso focalizar alguns pontos em que as afinidades parecem se impor, sobretudo a partir da leitura interpretativa que Bérgson faz das obras de James.: The followers of estructuralist method in the History of Philosophy used to say that philosophers are not good historians, for they cannot read and understand others authors without projecting their own ideas onto then. Thus, accepting or denying other philosophers, what the philosopher actually does is a kind of experience with his own thought on another's. Something further than an objective analysis of the doctrine to which he refers. As if the other author's ideas were just a pretext or a reference for articulating their own concepts. This consideration could initially work as a standard of moderation of the enthusiastic admiration that Bergson had for Willian James. In fact, if the Bergson's role in his age was that of reinstating the positivism and by the neo-Kantian epistemologists, how could he accept the declared admiration of James for positivism and for utilitarianism? How can one acknowledge the compatibility between a philosophy that conceives time as Absolute and intuition as a contact with an ineffable totality and an epistemology that links truth to the evolution of the human practice in its relation to the things/ Yet the claims that Bergson made about the philosophical rightness of the pragmatism are not just eloquent but the accounts of his approximations are, perhaps, even more meaningful when - explaining the ideas of the American philosopher - he reveals his own ideas. Only a deep comparative study could rigorously trace the similarities and the differences. Here we will be satisfied with a brief and preliminary view of the Bergsonian account of Willian James'philosophy by attempting to focus on specific points where affinities seem to emerge, chiefly grounded on Bergson's interpretative reading of James' works.

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