Abstract

O artigo tem o objetivo de investigar sobre as características centrais do modelo ético coerentista utilizado por Rawls nos textos A Theory of Justice, Political Liberalism, “Kantian Constructivism in Moral Theory”, “Themes in Kant’s Moral Philosophy”, Lectures on History of Moral Philosophy, “Reply to Habermas”, The Law of Peoples, Justice as Fairness: A Restatement, Collected Papers. Especificamente, quero ver como seu construtivismo político oferece uma alternativa ao problema debatido entre realistas e antirrealistas, a saber, se existem fatos morais independente das crenças ou se estes dependem da estrutura mental do agente, sendo uma alternativa tanto ao construtivismo moral kantiano como ao intuicionismo racional. Quero defender que o construtivismo político é um modelo contratualista coerentista holístico e que faz uso de uma ontologia social, conduzindo a um modelo pragmático de justificação em um âmbito público que supera este impasse em ontologia moral. Para tal, inicio com a controvérsia entre realistas e antirrealistas e, após, analiso a teoria rawlseana à luz deste debate. Por fim, procuro estabelecer algumas considerações conclusivas sobre este problema. The aim of this paper is to judge the constructivist perspective that Rawls attributed to the Kantian moral theory. Initially we will present the central aspects of the constructivism as groundwork for the practical philosophy that, in opposition to the intuitionism, is based upon autonomy and denies the existence of moral truths beyond the practical subject. Next, we will analyse briefl y the theory of justice as fairness and its characterization as a Kantian constructivist theory. Finally, we will evaluate the extent and the limits of that interpretation from Kant’s moral theory to conclude that only in a broad sense it may be considered a constructivist theory.