Abstract
O presente trabalho pretende apresentar mais uma das faces destrutivas (pulsão de morte) que vivemos na pandemia. Além do negacionismo, que estabelece uma relação específica com o conhecimento (ou vínculo ou elo do conhecimento, K) pautado na arrogância, leituras grupais ampliam essa visão. Elas nos permitem perceber outros vínculos importantes e o modo como determinadas lideranças chegam ao poder devido à conexão que estabelecem com os indivíduos – ou seus eleitores. Bion (1961/1975) nos instrumentaliza a essa leitura com suas experiências grupais. Logo, a presente apresentação utiliza o conceito de suposições básicas propostas pelo psicanalista, em específico a de dependência, para evidenciar como essas conexões se estabelecem e o modo como lideranças surgem a partir dessa suposição básica. O modo como intencionalmente indivíduos (ou agentes políticos) desestruturam as relações entre os membros de um grupo (ou comunidade) e a carência (material e emocional) que esses membros vivem, devido ao caos causado pela desestruturação grupal, são as bases da ascensão desses líderes. A conclusão a que se chega é que quanto maior o grau de dependência desses membros, maior a loucura ou a insanidade de seu líder, devido à resistência às desilusões, perdas e lutos inerentes a percepção realística desses elementos.