Abstract
O presente trabalho reflete sobre a significativa e desigual morte de jovens negros no País. Para tanto, a produção traz uma discussão sobre o teórico martinicano Frantz Fanon que, com suas ideias sobre racismo e colonialismo, nos ajuda a reconhecer o racismo brasileiro e a condição em que vivem os jovens negros do Brasil. Apesar de Fanon afirmar que suas considerações se referem apenas ao momento histórico em que escreve e aos estudos de colonialismo, acreditamos ser fácil fazer um paralelo entre sua obra e o momento histórico brasileiro quanto à morte de jovens negros. Analisamos as três formas de violência trazidas pelo teórico: psicológica, estrutural, e física, dentro das quais vivem e morrem tais jovens. Buscamos, ainda, refletir sobre a construção das identidades e juventudes negras para compreender, onde e de que forma, estão inseridas na sociedade brasileira. Para tanto, acreditamos ser necessário analisar de que modo se dá o racismo brasileiro e conhecer o que denominamos de falso mito da igualdade racial, contra o qual lutamos constantemente, em busca de reconhecimento do problema, para que possamos buscar soluções. O trabalho aborda a Lei n. 10.639/2003 que versa sobre a obrigatoriedade de se trabalhar na escola a cultura africana e afro-brasileira. Consideramos a lei uma importante política pública na promoção de igualdade racial, através da valorização da cultura vinda do continente africano. Acreditamos que a implementação efetiva dessa lei apoia a construção de identidades negro-positivas tanto para negros quanto para não negros e que essa valorização das identidades serve como importante ferramenta na luta contra a significativa morte de jovens negros no País.