Abstract
Resumo: Uma questão importante na filosofia intercultural diz respeito aos métodos empregados para investigar o pensamento que foi desenvolvido em diferentes contextos culturais. Em um mundo globalizado, é cada vez mais necessário incorporar diversas tradições de pensamento que são derivadas de distintas origens culturais, históricas e linguísticas, no trabalho filosófico acadêmico. No entanto, a questão permanece: como alguém pode aprender com outras tradições filosóficas, sem cair em uma perspectiva dualista ou relativista? Para abordar isso, analisam-se dois conceitos desenvolvidos por Nishitani Keiji (1900-1990), em Religion and Nothingness, bem como sua interpretação de “aprendizagem” (jap. narau 習う) e empatia como uma ferramenta para compreensão mútua genuína. Além disso, explora-se o conceito de interpenetração recíproca (jap. egoteki sōnyū 回互的相入), como um meio de reavaliar métodos filosóficos interculturais. Assim, ao aplicar os conceitos apresentados por Nishitani ao aspecto intercultural da filosofia, acredita-se poder evitar o problema do dualismo e do relativismo, que acabam por dificultar a abordagem e a compreensão da filosofia de forma pluralista e inclusiva.