Abstract
A partir das premissas lançadas por Michel Foucault nos cursos do Collège de France de 1975-1976, intitulado Em defesa da sociedade, esse artigo pretende pensar o papel da guerra civil na sociedade hodierna. Ao propor a guerra como princípio basilar das relações de poder, Foucault revela a confluência paradoxal entre a guerra civil e uma espécie de estatização do biológico, o que ele denominou de biopolítica da espécie humana. De modo similar, o autor italiano Giorgio Agamben lança em 2015 a obra Stasis. La guerra civile come paradigma político, e assevera como a guerra civil se transformou em um limiar de politização fundamental no Ocidente.