Abstract
O quarto volume da obra "Ordem e História" de Eric Voegelin, intitulado de "A Era Ecumênica", marca a última mudança no pensamento do filósofo alemão. Voegelin rejeita uma concepção linear da história e sugere que as "irrupções espirituais" das civilizações se tornem o objeto de análise para identificar a "ordem da história". A partir disso, Voegelin rejeita os sistemas imanentistas da modernidade, notadamente, ideologias, como "revoltas egofânicas" que trazem desequilíbrio no Intermédio ou "metaxia" entre o cosmos e o além. O objetivo do presente artigo é identificar a concepção de história e a crítica às ideologias modernas na obra "A Era Ecumênica" de Eric Voegelin. Adota-se metodologia exploratória e abordagem qualitativa na investigação do objetivo proposto. O trabalho conclui que, apesar da importante crítica voegiliniana à perda de fundamento transcendente da política moderna, a filosofia política do "último Voegelin" de "A Era Ecumênica" tem pouco a dizer sobre a política concreta, revelando-se uma filosofia da consciência apolítica em sentido normativo.