Abstract
Neste artigo, retoma-se algumas ideias do filósofo francês Michel Foucault sobre a filosofia como modo de vida. A intenção é apresentar, de maneira geral, alguns exercícios espirituais que o filósofo estudou durante a última etapa de sua produção. Talvez como forma de contrapor a docilidade e a servidão, marcas indeléveis das técnicas disciplinares analisadas em obras como História da loucura e Vigiar e punir, Foucault retoma, nesta fase de sua obra, a origem da filosofia, e especialmente o cuidado de si socrático. Com a intenção de garantir o efeito didático/prático que se pretende com a abordagem do tema, recorreu-se às figuras do tolo e da tolice, tipificadas no Império romano por autores como Sêneca, para que, por meio da demonstração de suas limitações morais e intelectuais, o leitor perceba alguns dos problemas que os filósofos da Antiguidade buscavam sanar com a prática de si.