Abstract
Uma das tópicas de maior relevância abordada por Hannah Arendt em sua Opus Magnum, A Condição Humana, é a que se refere ao processo de alienação do homem moderno em face à sua condição humana e, consequentemente, seu desenraizamento em relação ao mundo. Este processo tem como evento emblemático o lançamento ao espaço, em 1957, de um satélite artificial criado pela tecnologia humana e que se caracteriza como o primeiro passo rumo à tentativa do homem moderno de fugir de sua “prisão” na Terra. O presente artigo tem como objetivo principal analisar, a partir fundamentalmente do Prólogo d’A Condição Humana, de que forma as reflexões arendtianas acerca da alienação do homem em face da Terra, que possui como fio condutor a tecnologia moderna, acarretou no seu distanciamento do mundo, o qual é exemplificado pelo fomento da linguagem simbólica-matemática.