Abstract
O problema envolvendo o estatuto ontológico das entidades inobserváveis postuladas pelas teorias científicas é um dos mais centrais em filosofia da ciência. O objetivo deste pequeno artigo é o de oferecer um mapa dos posicionamentos mais recentes, sem a ambição de aprofundá-los. O enfoque será nos principais argumentos a favor e contra a capacidade de a ciência descrever corretamente a realidade natural inobservável. Mais especificamente, exporei o argumento do sucesso para o realismo e uma variação do mesmo, bem como as críticas ao referido argumento, tais como a metaindução pessimista, a subdeterminação das teorias pela evidência e uma abordagem darwinista, que evita a ideia de sucesso. Concluirei apresentando como tais argumentos exigiram uma seletividade na abordagem realista, hoje concentrada em três ramos cujos nomes estão de acordo com os elementos sobre os quais cada filosofia recomenda ser realista: realismo explanacionista, realismo de entidades e realismo estrutural. Por uma questão de enfoque, darei apenas uma descrição resumida de cada ramo de realismo citado.