Abstract
O debate sobre o ensino de Filosofia no Brasil tem se pautado em torno de uma argumentação voltada preponderantemente para a defesa daquilo que pode ser chamado de transmissão da “tradição filosófica ou, de forma mais divergente, o desenvolvimento de habilidade de pensamento. Invariavelmente essas abordagens da filosofia se convertem num exercício retórico reduzindo o filosofar numa arte literária fechada que não ilumina nem dirige a confusão que a criança e o jovem encontram-se imersos em suas experiências de vida. Pretendemos argumentar nesse artigo que a educação filosófica pode ser pensada sob outro patamar, ou seja, estabelecendo como seu objeto primário o campo contínuo, interconectado e conflituoso da experiência de vida. Para desenvolver nossa argumentação tomaremos como referência a compreensão da filosofia como uma atividade de pensamento reflexivo no âmbito social e cultural de valor indispensável uma vez que ela tem a tarefa de pensar os problemas da experiência presente tal como podemos encontrar nas principais obras de John Dewey. A filosofia passa a habitar a experiência gerando e vitalizando os sentidos lógicos, éticos, políticos.