Abstract
A complexidade crescente da rede mundial de dependências, e o tempo acelerado da mudança, ultrapassaram as capacidades, as rotinas, e a criatividade dessas estruturas, que se tinham arquitectado em tempo demorado, os Estados perderam de regra a eficácia do modelo da centralidade da direcção, e, sem grande diferença qualitativa entre poderosos e pequenos, multiplicam, por todas as áreas das competências que guardam, os centros de intervenção que se articulam em redes internacionais, sem que isso tenha necessária réplica em redes internas que mantenham a corrente da informação entre todos.Pregadores da urgência da verdade no exercício da política como foi Ana Arendt, e da importância do diálogo como sustentam todos, dificilmente podem conciliar-se com o panorama desta época que se pretende que seja da informação e do saber, longe também da sabedoria que invocaram. Inverter o ritmo, isto é, regressar ao modelo de pensar antes de correr, exige uma profunda remodelação dos aparelhos diplomáticos, de modo que a coordenação volte a ser um valor reconhecido, não apenas pela filosofia de governo de cada Estado, também pela dos grandes espaços em que os Estados se articulam.