Travestilizando a Cidadania
Abstract
Por meio de uma pesquisa em psicologia, com inspiração etnográfica, este artigo é resultado de um estudo realizado no decorrer de dez meses com travestis em Araras/SP, no qual se busca investigar as relações internas ao grupo e as ações articuladas via movimento LGBT para reconhecimento de direitos. As travestis apontam que o não reconhecimento de suas identidades de gênero colabora para que elas não sejam vistas enquanto sujeitos. Essa é uma das causas que explica a situação de marginalidade e vulnerabilidade, levando-as a recorrer à prostituição. No bojo da experiência de pesquisa, apareceu a maneira como as travestis entendem a cidadania, bem como o modo como elas pensam as demandas em seu contexto. Com isso, realizou-se uma discussão que englobou tais experiências e a atuação do movimento social LGBT na cidade. Dessa forma, pretende-se contribuir para o debate relativo às políticas públicas destinadas às travestis, tornando-as protagonistas deste processo