Abstract
O objetivo principal deste ensaio é mostrar as vicissitudes e ambiguidades que marcaram as relações entre fé e razão, fé e ciência, ao longo da tradição cristã. Com efeito, três foram as tendências principais que caracterizaram essa relação: uma tendência que vê uma identificação ou equivalência entre essas duas esferas do saber; uma outra que, pelo contrário, as considera irremediavelmente antagônicas entre si, e, finalmente, uma tendência mediana, que reivindica uma complementariedade ou uma ajuda mútua entre fé e razão. Um fator particular que virá acirrar e intensificar essas relações ocorrerá a partir do século 12, quando a teologia adquirirá o estatuto de ciência e, sobretudo, ao longo do século 13, com a fundação das universidades e a entrada em cena de Aristóteles na escolástica latina.