Abstract
Neste artigo, primeiramente, apresento tese de Kripke sobre
a possibilidade de se adquirir conhecimento de verdades contingentes a priori
e a crítica de Keith Donnellan a essa tese. Depois, exploro a distinção que
Donnellan faz entre (a) saber que uma sentença é verdadeira e (b) conhecer a
verdade que essa sentença expressa. Argumento que essa distinção não é relevante
apenas no contexto de sua crítica ao contingente a priori, mas sim para
nossa prática com nomes próprios de modo geral. Tento mostrar que conhecer
o significado de nomes próprios não se resume à nossa competência linguística
com eles, mas depende de termos acquaintance com seus portadores. Se
isso é verdadeiro, então a tese do contingente a priori, tal como formulada por
Kripke, não pode estar correta.