Abstract
Neste artigo, discutiremos, a partir do texto de Chalmers, O Enigma da Experiência Consciente, e do de Place, É a Consciência um Processo Cerebral?, em que medida o assim chamado por Chalmers de “o problema difícil da consciência” estaria vinculado ou mesmo confundir-se-ia com um ou mais problemas que, na verdade, teriam sua origem na ontologia, tais como “O que significa dizer que algo é?”, ou, ainda, “O que significa dizer que uma coisa é outra coisa?”. Nesse sentido buscaremos desenvolver a hipótese de que, por trás de muitas das dificuldades em torno do “problema difícil da consciência” estariam certos pressupostos ontológicos, cuja reformulação ou reconsideração poderiam abrir novos rumos para a reflexão sobre a consciência e a sua relação com os processos cerebrais. Em poucas palavras, discutiremos em que medida uma certa ‘virada ontológica’ que possivelmente, recorreria a uma ambivalência inerente à própria ontologia, poderia contribuir para avançar na compreensão sobre o que é a consciência.