Abstract
Neste artigo, o Autor apresenta o magistério de Paulo VI e João Paulo II sobre a caritas-ágape de Deus Pai, considerando as afirmações explícitas de ambos sobre o assunto. O recorte temático inclui encíclicas, exortações apostólicas e locuções. Com enfoque sistemático, o Autor examina os enunciados sobre Deus Pai enquanto amor e seus aspectos mais pertinentes, nos dois Papas: recepção da Revelação e semântica utilizada, reflexão sobre o pathos divino, relação entre misericórdia do Pai e condição humana. A análise qualitativa dos textos permite ordenar os conteúdos do ponto de vista dogmático, bem como estabelecer uma aproximação comparada entre os dois Papas, cujo magistério situa-se no arco cronológico que vai do Concílio Vaticano II ao Grande Jubileu do Ano 2000. Deus Pai desponta como amor fontal da Criação da Aliança, num contínuo diálogo de salvação com a humanidade. Tanto Paulo VI quanto João Paulo II ensinam à luz da Revelação, atentos à definição joanina de Deus como amor de doação e de comunhão. Sob tal luz, os dois Papas oferecem elementos relevantes para a compreensão teológica da primeira Pessoa da Trindade, seja na imanência, seja na economia.