Abstract
Habermas (1968) na sua crítica à filosofia da tecnologia de Marcuse descreve que a sociedade hodierna está caracterizada pela denominada “Economia da Inovação”, que é o desenvolvimento do capitalismo em sua fase tardia, tendo como paradigma a crescente interdependência entre pesquisa e técnica, transformando a ciência na principal força produtiva deste modelo econômico. A cientificização da técnica permitiu aumentar a produtividade do trabalho inserindo dentro de um mesmo sistema ciência, técnica e valor econômico. Marx e Schumpeter, de acordo com Habermas, já haviam sugerido cada um à sua maneira, que o modo de produção capitalista pode ser concebido como um mecanismo que garante uma propagação permanente dos subsistemas do agir racional-com-respeito-a-fins e, com isso, abala a "supremacia" tradicionalista do quadro institucional diante das forças produtivas. Tal complexidade transforma, assim, a inovação em vetor de exclusão social. Neste sentido, examina-se neste trabalho a inovação como problema filosófico e suas implicações em uma sociedade tecnológica conforme a análise habermasiana.