Abstract
O presente artigo apresenta como intuito primordial a promoção de uma análise acerca das relações entre o naturalismo filosófico de Hume e a sua oposição ao ceticismo radical, estabelecendo, nesse sentido, uma vinculação entre as teses naturalistas do autor em questão e a sua argumentação em prol do ceticismo moderado. A dissertação, num primeiro momento, abordará sobre os elementos centrais da chamada “geografia mental”, proposta por David Hume na primeira seção de seu livro Investigação sobre o entendimento Humano. Além disso, será destacado o esforço do pensador na utilização do método experimental para a elaboração de uma nova ciência da natureza humana, ressaltando os princípios da natureza humana nas condições de percepção e conhecimento. O texto dissertativo realizará uma elucidação dos principais conceitos do empirismo do autor escocês, tais como: o hábito, a formação da crença, o papel da experiência nas inferências causais e a negação da razão como fundamento do conhecimento. Sob essa perspectiva, a construção dissertativa estabelecerá uma defesa da vinculação de David Hume ao “ceticismo COMPLEXITAS REVISTA DE FILOSOFIA TEMÁTICA – ISSN: 2525-4154 – QUALIS B3. Ed. 2022, V7, n 02. p. 01-16. 2 mitigado” em razão do naturalismo presente em sua obra, isto é, da compreensão segundo a qual os princípios da natureza atuam na percepção humana, orientando os indivíduos em sua postura de adoção de crenças e “verdades provisórias” como fundamentos de suas condutas. Fundamentado sob a metodologia de abordagem dedutiva, o presente trabalho foi construído com a utilização de fontes bibliográficas.