Horizonte 20 (63):206207-206207 (
2023)
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Abstract
As religiosidades de matriz africana tem um importante papel na condução das práticas de saúde de seus devotos a partir de uma visão integral do corpo da pessoa que considera o ser humano em suas diferentes esferas, a espiritual, a social, a mental e a biológica. No candomblé, a cabeça, denominada de _Orí_, é entendida como a sede da individualidade do sujeito, possui um conteúdo espiritual, tem _status_ de divindade, e guia os filhos e filhas de santo em sua jornada no Ayê. Se enfraquecida, ela pode trazer enfermidades, o que exige uma série de procedimentos rituais para o fortalecimento de _Orí_, como o _bori_, que se traduz no ritual de dar comida e bebida à cabeça, essencial para o restabelecimento da saúde espiritual ou física. A partir desse contexto, a pesquisa buscou compreender a importância de _Orí_ para o processo saúde-doença de pessoas filiadas ao candomblé, entrevistando sujeitos de diferentes terreiros. Os resultados apontam para a capacidade de _Orí_ em fortalecer o caráter das pessoas, seus valores e atitudes positivas diante da vida, como sendo fundamental para se fazer boas escolhas em prol da saúde, e evitar as enfermidades. Ter uma cabeça boa é ter uma saúde boa.