Abstract
Este trabalho tem como objetivo refletir acerca da essência da linguagem segundo Martin Heidegger. Pretendemos, com isto, legitimar uma leitura que compreende a linguagem numa dimensão metafísica capaz de situá-la como sendo o espaço fecundo desde onde originariamente se instaura a realidade; ela é pois, gênese de mundo, de sentido, de vida. Acreditamos que a frase heideggeriana “A linguagem é a casa do ser” significa uma identificação ontológica entre ser e linguagem. E, neste sentido, tudo o que existe, tudo o que é, só “é”, só existe, porque pode ser dito – por isto, insistimos: a linguagem – casa do ser - é o fundamento desde onde emerge o real.Junto ao esforço pelo vislumbre desta dimensão arcaica da linguagem estaremos, também, ponderando acerca do perigo que significa, para o homem, um distanciamento desta dimensão radical.