Abstract

O trabalho tem por objetivo destacar a análise crítica de Slavoj Žižek sobre a complexa questão dos direitos humanos. Como se verá, de acordo com o autor esloveno, os direitos humanos representam uma ética perversa, já que sua pretensa neutralidade parece ser fictícia. Žižek endossa a constatação de que ao mesmo tempo em que são citados com grande freqüência em quase todo o planeta, os direitos humanos continuam sendo objeto de descrença por parte daqueles que mais deveriam proteger. A exemplo de análises como esta, com o intuito de mostrar a complexidade de tal temática, Žižek traz à tona as reflexões de importantes pensadores que se ocuparam não apenas em discutir a legitimidade de tais direitos, mas também o âmbito no qual estes direitos são aplicados e/ou considerados, como é o caso de Hannah Arendt, Giorgio Agamben, Jacques Rancière e Étienne Balibar. À luz das reflexões críticas de Žižek, e dos pensadores supracitados, objetiva-se mostrar em que medida os direitos, ditos humanos, podem significar o seu verdadeiro oposto, e sob quais situações estes direitos universais designam o espaço preciso da politização, e podem ser reduzidos aos direitos do ser humano que é reduzido à vida nua