Abstract
La question du mal est abondamment discutée dans la philosophie contemporaine, signe de Vinquiétude qui habite notre culture. L'histoire du XXème siècle a certainement aidé à prendre conscience des possibilités qui appartiennent à la raison humaine, mais elle a ègalement révélé que cette même raison ne constituepas un instrument qui, de soi, pro-duit le bien de l'humanité. La première section de l'article présente des textes de Thomas d'Aquin et de Salvatore Natoli, qui cherchent l'un et à l'autre comment bien faire avec le mal. Dans la seconde section, qui lit des pages de Jean Nabert, d'Emmanuel Lévinas et de Paul Ricoeur, le mal se montre injustifiable et donc inutilisable; la conscience y fait l'expé-rience d'une transcendance éthique irréductible. La troisième section commente enfin l'ex-pression biblique "Mysterium" iniquitatis en assumant ce que la contemplation de la Croix du Sauveur enseigne du mal. /// A questão do mal encontra-se amplamente discutida no âmbito da filosofia contemporânea, sinal evidente da profunda inquietude que perpassa a nossa cultura. A história do século XX contribuiu enormemente para nos ajudar a tomar consciência das possibilidades inerentes à razão humana, ainda que ao mesmo tempo tenha também demonstrado não ser a razão um instrumento que, de si, conduza necessariamente ao bem da humanidade. Num primeiro momento, o autor discute sobretudo textos de S. Tomás de Aquino e de Salvatore Natoli, pensadores eminentemente possuídos pela preocupação de lidar bem com o mal Debruça-se depois sobre os contributos de pensadores como Jean Nabert, Emmanuel Levinas e Paul Ricoeur, os quais consideram o mal algo profundamente injustificável e, por isso, também inutilizáva. É neste contexto, aliás, que a consciência experimenta uma transcendência ética irredutível. Por fim, o artigo comenta a expressão bíblica "Mysterium iniquitatis" numa tentativa de assumir aquilo que a contemplação da Cruz de Cristo ensina acerca do mal