Uma reflexão sobre a temporalidade no "Parmênides" de Platão

Voluntas: Revista Internacional de Filosofia 11 (1):86 (2020)
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Abstract

A passagem 140e-141d do diálogo Parmênides nos remete a uma das conseqüências lógicas em relação ao “um”, isto é, estar fora do tempo, como parte da demonstração argumentativa do filósofo eleata ao admitir a primeira hipótese de que “o um é” e as conseqüências disso para si mesmo. Aceitar a existência do “um” implica, segundo o método de análise utilizado por Parmênides, verificar cada uma das hipóteses possíveis nesses casos, em relação às suas predicações, para si e para outras coisas. Igualmente, o mesmo exercício deve ser feito se a hipótese for oposta, “se o um não é”. Como podemos identificar na estrutura do diálogo nesta parte, duas hipóteses são levantadas em que “o um é” e suas nove consequências; no primeiro movimento, as possíveis predicações para este são negadas, e no segundo movimento tais predicações e seus desdobramentos são reconhecidos. É a partir desse posicionamento que desenvolvemos nossa análise sobre a questão da temporalidade presente no diálogo e suas implicações metodológicas e teóricas.

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