Abstract
O autor estuda os reflexos da ideologia do colonialismo no pensamento brasileiro. Escolhe um representante de cada época. Do período colonial o eleito é o bispo Azeredo Coutinho, economista, partidário da unidade entre Portugal e Brasil, entre metrópole e colônia. Vê identidade de interesses entre uma e outra. O segundo a ter a obra estudada foi José de Alencar, um romancista da ordem escravocrata. É realçada a sua importância como "fundador do romance brasileiro" e as influências que sofre de Chateaubriand e Cooper. São colocadas as razões do indianismo de Alencar, bem com o porquê deste não tocar na questão escravista. Foi um escritor muito popular, apesar disso. Baseado nas teorias do higienista francês Michel Lêvy, Savio Romero escreve: "O brasileiro é um ser desequilibrado, ferido nas fontes da vida; mais apto para queixar-se que para inventar, mais contemplativo que pensador, mais lirista, mais amigo dos sonhos e palavras retumbantes que de ideias científicas e demonstradas. [...] Palavras-chave: Ideologia; Colonialismo; Brasil; José de Alencar; Michel Lèvy.